Cimeira G20 "suspensa" de confronto comercial entre Trump e Xi

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De  Isabel Marques da SilvaEfi Koutsokosta
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Cimeira G20 "suspensa" de confronto comercial entre Trump e Xi

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A forma como os presidentes dos EUA, Donald Trump, e da China, Xi Jinping, vão protagonizar o próximo episódio na atual guerra comercial, num encontro bilateral, domina a cimeira do G20, em Buenos Aires (Argentina), sexta-feira e sábado.

O grupo que reúne as 20 economias mais desenvolvidas e as emergentes está "suspenso" de um eventual agravamento das tarifas aduaneiras entre estes dois gigantes económicos.

Algo poderia levar uma queda da riqueza mundial em cerca de três por cento, em 2020, segundo estimativas da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico.

"Seria uma má notícia para a economia mundial em geral, bem como para a Europa", disse, à euronews, o analista Fredrik Erixon, diretor do centro de estudos ECIPE, em Bruxelas.

"Mesmo que, por agora, se verifiquem vantagens para as empresas europeias ao nível da sua capacidade concorrencial face aos EUA ou à China, um eventual aumento das tarifas aduaneiras de forma gigantesca levaria a uma quebra na procura e no crescimento económico, a nível mundial. Por consequência, isso afetaria os produtores europeus que querem vender aos consumidores norte-americanos e chineses", acrescentou.

Os líderes da União Europeia estão muito preocupados, tendo os presidentes da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e do Conselho Europeu, Donald Tusk, enviado uma carta conjunta aos restantes participantes.

Na missiva, Juncker e Tusk enfatizam a necessidade de "manter os mercados abertos, lutar contra o protecionismo e apoiar o sistema multilateral de comércio".

Como o presidente dos EUA ameaça sair da Organização Mundial do Comércio (OMC), ou de pelo menos bloquear a ação dos atuais mecanismos de mediação, os líderes europeus levam consigo uma proposta de reforma desta instituição.

"Existe o risco do órgão de mediação de conflitos da OMC se tornar inoperante e isso pode levar ao total colapso da própria OMC. Afinal, se não existir uma forma eficaz de mediar os conflitos comerciais entre os países, a OMC perderá o interesse dos líderes de uma forma generalizada", explicou Fredrik Erixon.

São esperados protestos populares durante os dois dias da cimeira.

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