Corrida às armas de EUA e Rússia pode dividir europeus?
Quais são as opções para a Europa agora que a Rússia suspendeu a aplicação do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermédio, que data da Guerra Fria?
O Presidente russo, Vladimir Putin, respondeu na mesma moeda à decisão do Presidente dos EUA, Donald Trump, que acusou a Rússia de desenvolver um míssil de alcance proibido por esse tratado.
O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, disse que "a NATO não tem planos para implementar novos sistemas de mísseis nucleares terrestres na Europa. Temos muitas outras opções que estamos a considerar".
A euronews falou com o analista Bruno Lete, do centro de estudos The German Marshall Fund od the US, em Bruxelas, que sugere três cenários possíveis: "Um dos cenários é a Europa permitir que mísseis de cruzeiro dos EUA sejam redistribuídos no continente europeu, mas é algo que pode levar, obviamente, a um maior risco de corrida às armas".
"Noutro cenário, os países europeus em bloco recusam essa redistribuição. A terceira opção, que diria mais provável, é alguns países europeus estarem de acordo com essa opção, mas outros não. Esse cenário colocaria em risco a unidade da NATO", acrescentou.
Por seu lado, um ex-conselheiro do Kremlin, Sergey Karaganov, disse à euronews que a Rússia vai continuar a ter uma posição mais cooperante com os europeus do que com os norte-americanos.
"Sem dúvida que lamentamos muito pela sitruação dos nossos amigos e irmãos europeus, que foram colocados entre a espada e a parede. Nós não queremos ameaçá-los. Além de que a Rússia tem agora muito menos armas do que tinha quando existia a União Soviética", explicou.
O pacto histórico foi assinado em 1987 entre EUA e a antiga União Soviética para limitar a corrida às armas nucleares.