"A casa Europa está a arder"

"A casa Europa está a arder"
Direitos de autor 
De  Gregoire Lory com Ricardo Borges de Carvalho
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

A opinião do filósofo francês Bernard-Henri Lévy numa entrevista à Euronews

PUBLICIDADE

Euronews - Está em digressão com o seu espetáculo "Looking for Europe". Porque decidiu começar esta tournée agora?

Bernard-Henri Lévy - Porque a casa Europa está a arder, a nossa casa comum da qual somos patriotas, ou seja, a casa da Europa é hoje a presa dos incendiários. Os incendiários são os populistas. Os incendiários são os inimigos exteriores que estão a tentar desestabilizar a casa Europa, é Putin, é infelizmente Donald Trump, é também o islamismo radical. Isto significa que toda esta construção europeia que damos, de forma demasiado ingénua, como adquirida, que foi inscrita na história e que inevitavelmente iria até ao final, está hoje ameaçada.

Euronews - Por que a Europa já não faz sonhar?

**Bernard-Henri Lévy - **Já não consegue fazer sonhar antes de mais porque existem outras forças, essas forças populistas e muitas vezes neofascistas que atearam fogo à planície. E depois também é verdade que esta Europa esteve provavelmente abaixo do que deveria ser. Não é política ou social o suficiente, não tem estado suficientemente atenta aos mais pobres e necessitados. E existe na Europa um número muito grande de cidadãos que dizem que esta Europa não é para nós. Hoje, é preciso combater os populistas, mas é especialmente importante não ter a tentação de deitar fora o bebé com a água do banho. Primeira tarefa: vencer os populistas. Depois, a segunda tarefa, terá que ser a próxima Comissão Europeia a enfrentá-la.

Euronews - E como se pode dar um novo impulso, um novo fôlego à Europa quando temos o Brexit, quando vemos o Reino Unido prestes a deixar a União Europeia?

Bernard-Henri Lévy - O facto do Reino Unido sair já limita a Europa de uma parte desse fôlego. A Europa tinha alguns pulmões e agora terá um a menos. Se o Reino Unido realmente sair, é uma ruína, é uma perda seca, é uma hemorragia de valores se a saída da Grã-Bretanha se confirmar. Ao mesmo tempo, a Europa vai recuperar. E, ao contrário do que previram as Cassandras, vocês viram o que aconteceu, a perspetiva de uma possível saída do Reino Unido melhorou bastante as fileiras em vez de dar o sinal da debandada. O que significa que as instituições europeias são mais fortes do que pensávamos.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Procuradoria de Madrid pede arquivamento do processo contra mulher de Pedro Sánchez

Emmanuel Macron: "A Europa pode morrer"

Espanha: oposição pede explicações ao primeiro-ministro Pedro Sánchez