Emigração mais temida que imigração em parte da UE

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De  Isabel Marques da Silva
Emigração mais temida que imigração em parte da UE
Direitos de autor  REUTERS/Russell Cheyne/File Photo

O êxodo de trabalhadores nacionais em setores tais como saúde, construção civil ou indústria preocupa cada vez mais os cidadãos da União Europeia.

Uma sondagem realizada em 14 Estados-membros, que não inclui Portugal, mostra que a população está decrescer de forma aguda em vários países e que esse tema preocupa muito os entrevistados na Letónia, Lituânia, Hungria, Bulgária e Grécia.

A emigração de nacionais para outros países é mais mais preocupante do que a chegada de imigrantes, disseram os entrevistados na Polónia, Hungria, Bulgária, Itália e Espanha, que fazem parte do estudo encomendado pelo centro de estudos Conselho Europeu para as Relações Externas, e cujos resultados foram publicados, esta segunda-feira, pelo jornal britânico "The Guardian".

"Muitos jovens da Estónia vão viver para a vizinha Finlândia porque não existe barreira linguística e a cultura é similar. O efeito de proximidade é importante. No caso da Croácia, muitos emigram para a República Checa e para a Alemanha. A motivação tem que ver com critérios culturais, mas também com as condições de vida ", foram exemplos dados à euronews por Simona Cavallini, investigadora na Fundação FORMIT (Itália).

Em alguns casos, os entrevistados defendem que devem ser tomadas medidas para evitar a emigração dos seus nacionais, sobretudo dos jovens com formação universitária.

É o que pensam mais de 50 por cento daqueles que participaram na sondagem em Espanha, Itália e Grécia.

A sondagem visava, também, obter dados sobre que outros temas preocupam os 50 mil entrevistados.

Apesar do discurso de líderes nacionalistas, tais como o húngaro Viktor Orbán e o italiano Matteo Salvini, contra a chegada de imigrantes económicos, muitos europeus querem soluções para problemas tais como o crescimento económico, a corrupção e as alterações climáticas.