Vão faltar mulheres na Comissão Europeia?
A primeira mulher a liderar a Comissão Europeia enfrenta uma dura batalha para levar a cabo uma de suas promessas iniciais perante o Parlamento Europeu.
"Assegurarei a plena igualdade de género no meu colégio de comissários", disse Ursula von der Leyen.
Mas cabe ao líder de cada um dos 28 países indicar a pessoa que considera mais qualificada.
Dos 16 até agora formalmente indicados, há apenas seis mulheres, incluindo a própria presidente-eleita.
Em 25 anos, Portugal nunca enviou uma mulher para o cargo e poderá ser um dos países mais pressionados a mudar a tradição.
A atual comissão liderada por Jean-Claude Juncker tem apenas nove mulheres.
O colégio de comissários também tem de ser aprovado pelo Parlamento Europeu, que vê na paridade um critério importante e que poderá colocar alguma pressão, segundo um analista.
"Penso que se o Parlamento Europeu e o Conselho Europeu não fizerem um esforço, será visto mais como um falhanço dessas instituições do que de Ursula von der Leyen. Penso que ela seria sagaz e diria "vejam lá o que eles fizeram"", afirmou Dharmendra Kanani, do centro de estudos Friends of Europe.
Mas a presidente-eleita também ameaçou recusar alguns nomes propostos. Falta saber se vai usar essa arma para ganhar a batalha.