As carrinhas de caixa aberta Bedford estão a ser recuperadas para o trabalho na vinha e o transporte de turistas
PUBLICIDADEOs socalcos do Douro são Património da Humanidade e para subir e descer os caminhos de terra nem sempre batida, há um modelo de carrinha que nos últimos anos se tornou também imagem da região.
"Isto sobe em qualquer lado. Onde as outras se negam esta não se nega. Com quatro mil quilos sai de qualquer lado," diz José Estável. Este viticultor de Ervedosa do Douro, no concelho de São João da Pesqueira, mostra com orgulho o certificado de propriedade da carrinha. Data de registo: 2 de junho de 1965.
A velhinha Bedford continua a sair todos os dias para trabalhar. Estas carrinhas já não são fabricadas há pelo menos 20 anos, mas no Douro nunca deixaram de ser vistas.
Há cinco anos, uma onda revivalista deu trabalho aos mecânicos da região. Carrinhas recuperadas a preceito, com a paleta de cores da moda dos anos 60 e 70. Para além do trabalho na vinha, são agora também usadas para transportar turistas.
Em Gouvinhas, Sabrosa, a Quinta do Crasto utiliza uma Bedford azul para ir buscar os turistas à estação ferroviária ou ao cais fluvial do Ferrão. Na caixa aberta da carrinha foram colocados bancos de madeira.
“O protagonismo que esta carrinha ganhou aqui dentro superou até as minhas melhores expectativas," afirma o administrador Tomás Roquette.
Cinco mil e quinhentas pessoas visitam anualmente a Quinta do Crasto, no Douro. Turistas que têm agora mais um ritual obrigatório: subir a encosta na Bedford cor de céu.
