Não se pode antecipar o estado de espírito do chefe do governo britânico quando chegar à cimeira da União Europeia, quinta-feira, em Bruxelas. Mas sabe-se que os 27 homólogos à roda da da mesa apresentarão uma posição unida sobre o acordo do Brexit, que mais uma vez ocupa o topo da agenda.
Pela primeira vez, Boris Johnson vai entrar no Conselho Europeu pela passadeira vermelha destinada aos primeiros-ministros.
Não se pode antecipar o estado de espírito do chefe do governo britânico quando chegar à cimeira da União Europeia, quinta-feira, em Bruxelas. Mas sabe-se que os 27 homólogos à roda da da mesa apresentarão uma posição unida sobre o acordo do Brexit, que mais uma vez ocupa o topo da agenda.
Os líderes dos 27 Estados-membros vão decidir se o acordo de saída do Reino Unido é aceitável e pode ser implementado até 31 de outubro. As condições para um eventual adiamento também estão sobre a mesa, caso Boris Johnson o venha a solicitar.
Para o eurodeputado Pedro Silva Pereira, membro do grupo de coordenação do Brexit no Parlamento Europeu, as partes não devem perder de vista que a ideia é construir uma nova parceria.
"É do interesse mútuo do Reino Unido e da União Europeia - e é, certamente, do interesse de Portugal - manter uma relação próxima e amigável com esse enorme parceiro político e económico que é o Reino Unido. Portanto, uma relação económica futura sólida é do interesse de todos e eu espero que se caminhe nesse sentido", disse o eurodeputado português socialista em entrevista à euronews.
"Para isso, um acordo de livre comércio é muito insuficiente para responder a todos os problemas. Nós pretendemos ter cooperação na área da segurança, no combate ao terrorismo, etc. O próprio Reino Unido quer participar nos nossos programas, seja o do Erasmus ou o da energia nuclear. É do interesse de ambos ter uma relação económica sólida no futuro", acrescentou Pedro Silva Pereira.
PE quer um orçamento "mais volumoso"
Os chefes de Estado e de governo vão, também, analisar o orçamento plurianual da União Europeia. Agricultura e desenvolvimento regional costumavam absorver dois terços do dinheiro, mas há outras prioridades para o período de 2021 e 2027.
Na sua qualidade de vice-presidente do Parlamento Europeu, o eurodeputado português pede, mais uma vez, pragmatismo.
"Não estamos à espera de um acordo total nesta cimeira, mas seria muito importante avançar, desde logo porque a transição entre quadros financeiros é essencial para o dinamismo da economia. Se houver uma interrupção nos investimentos financiados por fundos comunitários haverá uma consequência económica na pior altura, porque a economia europeia está a enfrentar um abrandamento e precisa de um apoio", explicou Pedro Silva Pereira.
"O Parlamento Europeu tem defendido um orçamento mais volumoso para a União Europeia que dê atenção às políticas de coesão e à da agricultura, que não foram suficientemente defendidas na proposta inicial da Comissão Europeia", concluiu.
Um debate que será muito importante para a nova Comissão Europeia, que tomará posse até ao final do ano. A presidente indigitada, Ursula von der Leyen, vai apresentar aos líderes as suas prioridades para os próximos cinco anos.
A questão da ação militar da Turquia na Síria deverá, também, ser abordada pelos líderes no segundo dia de trabalhos.