Eurodeputados debatem situação de crianças-soldados

Eurodeputados debatem situação de crianças-soldados
Direitos de autor REUTERS/Khalil Ashawi
Direitos de autor REUTERS/Khalil Ashawi
De  Isabel Marques da SilvaElena Cavallone
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Eurodeputados debatem situação de crianças-soldados

PUBLICIDADE

Ir à escola é um ato de coragem para muitas crianças que vivem em países em guerra, como é o caso do Iémen, palco de um dos piores desastres humanitários do mundo e onde muitas crianças são obrigadas a alistar-se como soldados.

Há pelo menos dois milhões de crianças nesta situação no mundo e repórter de guerra Silvia Battaglia foi convidada a dar o seu testemunho numa conferência no Parlamento Europeu, em Bruxelas, no âmbito dos 30 anos da Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança, assinada na Assembleia-Geral da ONU, a 20 de novembro de 1989.

"Quando se é pobre, não se tem escolha. Quando uma criança é usada no esforço de guerra, os pais recebem dinheiro todos os meses e sustentam o resta da família porque é um rendimento considerável", disse a jornalista, em entrevista à euronews.

"A ironia é que o Iémen foi um dos primeiros países a ratificar a convenção, mas agora ocorrem violações dos direitos das crianças como nunca no passado. Não devemos celebrar o trigésimo aniversário da convenção, mas avaliar a sua implementação. Uma celebração no momento em que milhões de crianças, não apenas no Iémen, mas em todo o mundo, sofrem desta maneira é algo que me parece muito estranho", explicou outra convidada, Radhya al-Mutwakel, ativista dos direitos humanos.

Vários países europeus alimentam a guerra no Iêmen através da venda de armas à Arábia Saudita, que apoia militarmente uma das facções no terreno. Organizações de direitos humanos exortam a União Europeia a acabar com essa política

“Cada esforço de pressão nesse sentido conta. Penso que cabe à nova Comissão Europeia e ao novo Alto Representante para a Política Externa mostrar liderança e provar que a Europa respeita os seus próprios valores e a ética na política externa", afirmou Niccolò Figà-Talamanca, membro da organização “Não há paz sem justiça”.

A nova Comissão Europeia assumirá o cargo em dezembro, mas os eurodeputados voltam a debater a situação dos direitos das crianças na sessão plenária da próxima semana.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Sociedade civil pede estratégia contra pobreza infantil

A história feliz de uma criança vítima do "daesh"

"Vendemos armas para matar crianças e pessoas"