União Europeia assinala os 10 anos do Tratado de Lisboa

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De  Joao Duarte Ferreira
União Europeia assinala os 10 anos do Tratado de Lisboa

Foi a 1 de dezembro de 2009 que entrou em vigor o Tratado de Lisboa concebido para tornar a União Europeia mais democrática e eficiente.

Em primeiro lugar, a adoção de um sistema de maioria qualificada no seio do Conselho Europeu reduzia as possibilidades de bloqueio.

Em segundo lugar, ao passar mais poderes para o Parlamento Europeu.

Ao longo deste período demonstrou as suas capacidades mas também os limites, como explica este analista político.

"No Conselho, com o apoio do Parlamento, criou-se a capacidade para gerir crises e tivemos bastantes como o Brexit, a crise financeira etc. Mas o que falta é liderança estratégica geopolítica. Isto tem que vir da Comissão e é o que falta", afirma Andrew Duff, presidente do The Spinelli Group.

Muitos acreditam que chegou a altura de organizar uma conferência sobre o futuro da Europa que poderá levar ao reforço da integração.

"Necessitamos de um verdadeiro debate porque depois do Tratado de Lisboa teve lugar um grande alargamento da União Europeia que do ponto de vista político e geoestratégico foi uma decisão muito boa e existem muitos argumentos a favor mas também temos necessidade de uma verdadeira integração", adianta o eurodeputado e presidente do grupo Renew Europe no Parlamento Europeu, Dacian Ciolos.

Outros contudo acreditam que o problema é precisamente que a Europa está demasiado integrada.

"Tudo isto foi concebido para retirar competências aos estados-membros seja através da política de imigração, questões fiscais, mudanças climáticas, questões muito desconfortáveis para os estados-membros", defende o eurodeputado Robert Rowland do Brexit Party do Reino Unido.

De recordar que o Tratado de Lisboa inclui o famoso artigo 50 que abriu as portas à saída do Reino Unido da União Europeia.