"Breves de Bruxelas": Mágoa no adeus de eurodeputada britânica

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De  Isabel Marques da Silva  & Jack Parrock
Eurodeputada britânica liberal Judith Bunting
Eurodeputada britânica liberal Judith Bunting   -  Direitos de autor  euronews

Os 73 eurodeputados britânicos já estão a recolher os seus bens pessoais e a prepararem-se para deixar a vida no Parlamento Europeu, para o qual foram eleitos em maio de 2019, enquanto se negociava a fase final do Brexit, que se efetiva a 31 de janeiro.

O repórter Jack Parrock foi conversar com a liberal Judith Bunting, que se despede com tristeza da vida parlamentar, em Bruxelas. A eurodeputada estreou-se no Parlamento Europeu há sete meses e é com pesar que não vai cumprir o mandato de cinco anos.

"É miserável. É completamente miserável. Tenho uma equipa de quatro pessoas no Reino Unido e tenho dois assistentes aqui, e todos ficarão desempregados a partir de 31 de janeiro. Não haverá ninguém a ajudar-nos após essa data, apesar de termos faturas pendentes relativas aos custos de missão", disse.

Mas a eurodeputada está decidida a cumprir as suas funções com zelo até ao último dia, nomeadamente enquanto membro da comissão parlamentar de Indústria e Investigação, bem como da delegação para as Relações com a Península Coreana e com a Índia.

A sua contribuição será para a comissão parlamentar de Cultura, ao nível de legislação para o financiamento e a comercialização de produtos e serviços inovadores.

"Precisamos de maior transparência sobre como os contratos são adjudicados e precisamos de assegurarmo-nos que fica claro que as pequenas e médias empresas são bem-vindas", afirmou a eurodeputada durante uma sessão parlamentar.

Possível regresso é "irrealista"

É um trabalho pelo qual Bunting se diz apaixonada, mas agora terá de regressar ao Reino Unido para retomar a carreira na comunicação social, a que se dedicou até ser eleita.

Bunting decidiu entrar na política ativa pelo partido liberal democrata britânico, determinada a travar o Brexit. Como este parece inevitável, admite que revertê-lo será, ainda, mais difícil.

"Temos que ser um pouco humildes. A União Europeia é fantástica e tem-nos apoiado, mas fomos nós que escolhemos sair. Não podemos, amanhã, dizer que queremos regressar. Isso é totalmente irrealista", afirmou

Mais do que a perda pessoal por deixar um trabalho que a apaixonava, a eurodeputada está preocupada com o futuro do seu país porque considera que este será um erro com consequencias graves que ainda não se podem antever.