Vestager admite equilíbrios difíceis na resposta à crise

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De  Isabel Marques da SilvaDarren McCaffrey
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O executivo comunitário está a ponderar o pedido de 12 governos (incluindo o de Portugal) para que o reembolso em dinheiro de bilhetes de voos cancelados não seja obrigatório, um dos temas da entrevista da euronews a Margrethe Vestager, vice-presidente-executiva da Comissão Europeia.

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Sem milhões de clientes habituais,  as companhias aéreas pedem apoios estatais e já convenceram alguns países da União Europeia a pedirem a suspenção temporária de alguns direitos dos consumidores garantidos por diretivas comunitárias.

O executivo comunitário está a ponderar o pedido de 12 governos (incluindo o de Portugal) para que o reembolso em dinheiro de bilhetes de voos cancelados não seja obrigatório, um dos temas da entrevista da euronews a Margrethe Vestager, vice-presidente-executiva da Comissão Europeia.

“Existem muitos passageiros que precisam do dinheiro. As pessoas podem ter perdido o emprego, podem precisar de dinheiro para remédios, para pagar a renda. Penso que é muito diferente para alguém como eu, que é privilegiado, que tem um salário alto, e que pode aceitar um voucher. Mas são essas diferenças que nos impedem de defender que todos deveriam aceitar o voucher", disse Vestager.

Questionada sobre o facto dos contribuintes já estarem a ajudar as companhias privadas por via do dinheiro público que poderá ser usados para resgates, a vice-presidente-executiva admite que combater a crise exige equilíbrios difíceis.

“Os meus colegas que trabalham diretamente nesse tema enfrentam o dilema do respeito pelos direitos europeus. Por um lado, é preciso respeitá-los, por outro lado, as companhias aéreas estão numa situação muito difícil, porque são negócios com custos fixos muito altos e sem receita", afirmou.

Algumas companhias aéreas dizem que perdem um milhão de euros por dia e que o futuro só traz incerteza porque não se sabe como vai evoluir a pandemia.

A questão do reembolso foi levantada por apenas 12 dos 27 Estados-membros e a Comissão Europeia tem tido dificuldade em provar ser capaz de ajudar a forjar consensos.

“Penso que ainda se faz um julgamento negativo porque, realmente, no início tivemos um comportamento muito confuso. Compreendo que alguns cidadãos não estejam apenas frustrados, mas profundamente magoados. Mas estamos a tentar fazer melhor, sinal disso são os esforços do Banco Central Europeu e do Banco Europeu de Investimento. Por seu lado, o Parlamento Europeu e o Conselho Europeu concordaram em tornar mais flexível o uso dos fundos estruturais. Estamos a fazer melhor, mesmo que ainda não seja o ideal", afirmou Margrethe Vestager.

Ao nível  dos danos que a crise pode causar ao aprofundamento político da União Europeia, a vice-presidente-executiva realça que "só poderemos recuperar em conjunto, porque quase todas as empresas têm um fornecedor nalgum Estado-membro e clientes noutros. Só quando aceitarmos isso é que poderemos crescer e recuperar, é que poderemos combater as alterações climáticas e ser melhores na digitalização. Se for cada um por si, todos vão perder ”.

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