Governo da Irlanda criticado por crise nos lares de idosos

Governo da Irlanda criticado por crise nos lares de idosos
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De  Isabel Marques da Silva  & Shona Murray

Uma enfermeira, que pediu anonimato, disse à euronews que mais de metade da equipa de saúde do lar onde trabalha ficou ficou infetada e que foram contratados tarefeiros, que circulam entre várias instituições.

O governo irlandês está sob fortes críticas devido a propagação da pandemia da Covid-19 nos lares de idosos e à falta de testes para os funcionários dessas instituições.

Uma enfermeira, que pediu anonimato, disse à euronews que mais de metade da equipa de saúde do lar onde trabalha ficou ficou infetada e que foram contratados tarefeiros, que circulam entre várias instituições.

"Eles deslocam-se para trabalharem em lares e hospitais por todo o país, não acontece apenas connosco. Muitas pessoas com quem conversei não foram testadas e a razão pela qual não lhes fazem testes é porque não apresentaram sintomas", disse.

Os óbitos em lares e centros de dia para idosos representam quase dois terços do total de vítimas mortais por Covid-19 na Irlanda, uma das percentagens mais altas os países da União Europeia.

“Alguns estudos epidemiológicos mostraram que um fator-chave na propagação da doença nos lares de idosos é o facto dos funcionários circularem por equipas diferentes. Outro problema é o que fazem quando deixam o local de trabalho. Alguns funcionários são estrangeiros e partilham casa com funcionários que trabalham noutros lares ou hospitais, aumentando o risco da doença se espalhar de um local para outro", explicou Sean Kennelly, médico no oHospital Tallaght, em Dublin (capital irlandesa).

O Serviço de Saúde da Irlanda anunciou um grande pacote financeiro de assistência a estes profissionais, mas o dinheiro ainda não chegou aos destinatários, que começam a mostrar dificuldade em gerir o stress.

“Choramos muitas vezes no trabalho. Uma piada comum no trabalho é dizer que é bom usar máscaras porque não se vê que a maioria de nós passa grande parte do dia a chorar. Choramos porque morrem utentes ou porque nos sentimos culpados por não poder estar ao lado daqueles que mais precisam, como é o caso daqueles que sofrem de demência", disse a enfermeira.

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