Brexit: Acesso ao mercado gera impasse negocial

São parcos os progressos nas negociações entre a União Europeia e Reino Unido quanto à futura relação.
A desilusão marcou mais uma ronda de negociações, em maio, com ambas as partes a pedirem mudança de abordagem, sobretudo na definição das condições de concorrência leal nas trocas comerciais.
O principal negociador pela parte britânica, David Frost, disse, esta sexta-feira, que "manter um grande alinhamento do Reino Unido com a legislação da União Europeia não tem precedentes noutros acordos de livre comércio". O negociador acrescentou que "quando a União Europeia aceitar que não se chegará a acordo nessa base, poderão ser feitos progressos".
Quando falta pouco mais de um semestre para acabar o período de transição (31 de dezembro) iniciado com o Brexit a 31 de janeiro, o negociador comunitário, Michel Barnier, mostra-se desiludido .
"O desejo deles, que eu considero irrealista, é manter todas as vantagens do mercado único e da união aduaneira, sem acatarem nenhuma das restrições que são respeitadas pelos Estados-membros", explicou Barnier, em conferência de imprensa, em Bruxelas.
Para evitar o tão temido cenário do não-acordo no final do ano, o Reino Unido ainda poderia pedir um prolongamento das negociações, mas tem sempre recusado a ideia.
"Estamos disponíveis para todas as opções. Neste momento, não estou otimista, continuo determinado, mas não estou otimista", acrescentou o negociador pela União Europeia.
As duas rondas de negociações em junho poderão ser decisivas para determinar se o processo, iniciado com o referendo de 2016, é concluído a bem ou a mal.