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Combate à pandemia na UE gerou muita dívida soberana

Combate à pandemia na UE gerou muita dívida soberana
Direitos de autor Michael Probst/Copyright 2020 The Associated Press. All rights reserved
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De  Isabel Marques da SilvaSandor Sziros
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Ainda não se conhece o valor do novo fundo de recuperação, impulsionado pela França e pela Alemanha, falando-se muitas vezes de pelo menos 500 mil milhões de euros, e é nesse âmbito que se fala muito em mutualização da dívida.

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Na véspera de se conhecer a proposta de orçamento para a União Europeia para os próximos sete anos, a euronews passa em revistas os instrumentos, entretanto, aprovados para responder à pandemia e à crise económica.

A primeira ajuda de emergência apresentada pela Comissão Europeia, no valor de 37 mil milhões de euros, mobilizou reservas de tesouraria para investir no sistema de saúde.

“De certa forma, não é dinheiro novo, porque as verbas estavam previstas no atual orçamento da União, mas não tinham sido alocadas e poderiam não ter sido utilizadas. Esta iniciativa de resposta à Covid-19 permitiu canalizar dinheiro fresco para os Estados-membros", explicou Zsolt Darvas, analista financeiro no Instituto Bruegel, em entrevista à euronews.

Por seu lado, o Banco Central Europeu (BCE) iniciou, em março, um grande programa de compra de títulos de dívida soberana, no valor de 750 mil milhões de euros, que vai vigorar até o final deste ano.

Era uma prática comum desde a anterior crise, mas o banco pôs de lado alguns critérios de desempenho económico de cada país.

"O que é muito importante neste programa de emergência para fazer face à pandemia é que já não existem as limitações habituais. O BCE pode comprar, de forma muito flexível, as obrigações emitidas pelos governos de países da zona euro", referiu o analista.

Em abril, a Comissão Europeia pôs em marcha o programa SURE, de 100 mil milhões de euros de empréstimos que co-financiam despesas para travar o desemprego, tais como os sistemas de layoff.

"O benefício para os Estados-membros passa por poderem receber empréstimos com taxas de juro baixas, potencialmente de 0%, porque quando instituições da União pedem dinheiro no mercado consegue taxas perto do 0% para empréstimos a longo prazo", acrescentou Zsolt Darvas.

O Banco Europeu de Investimento também se mobilizou para ajudar as pequenas e médias empresas através dea de garantias no valor de 25 mil milhões de euros.

Muito crédito gerou muita dívida

Criado no tempo da troika que resgatou países como a Grécia e Portugal, o Mecanismo Europeu de Estabilidade foi acionado em maio, com novas linhas de crédito para fazer face à pandemia, mas sem programa de ajustamento.

"O único requisito é que os Estados-membros gastem esse dinheiro em despesas relacionadas com a crie de saúde pública. O valor desse empréstimo não pode ser superior a 2% do PIB do país, é um empréstimo muito menor que os anteriores", disse o analista.

Até agora, a instituições europeias têm concedido, sobretudo, empréstimos e garantias para gerar liquidez e não dinheiro a fundo perdido, o que pode ser um problema para alguns países.

"Há países, como por exemplo a Alemanha, que se recorrerem a estes instrumentos não terão um grande problema em pagar os empréstimos. Mas há Estados-membros que já têm uma dívida pública muito alta, tais como a Grécia, Itália e Espanha, pelo que pagar estes novos empréstimos poderá seja difícil", referiu Zsolt Darvas.

Ainda não se conhece o valor do novo fundo de recuperação, impulsionado pela França e pela Alemanha, falando-se muitas vezes de pelo menos 500 mil milhões de euros, e é nesse âmbito que se fala muito em mutualização da dívida.

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