Indústria espacial europeia pede apoio público

Indústria espacial europeia pede apoio público
Direitos de autor Agence spatiale européenne (ESA), 2016 Photographer: Manuel Pedoussaut
Direitos de autor Agence spatiale européenne (ESA), 2016 Photographer: Manuel Pedoussaut
De  Isabel Marques da Silva
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"Prevemos que os nossos clientes particulares no setor dos operadores de satélites de comunicação não vão querer comprar o habitual número de satélites à indústria espacial", disse Olivier Lemaitre, secretário-geral da Associação Industrial Eurospace, em entrevista à euronews.

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O impacto desta crise nas receitas da indústria espacial europeia poderá chegar aos mil milhões de euros, em 2020. Embora o setor tenha recebido alguma ajuda de emergência, pede medidas de longo prazo.

A indústria espacial emprega 230 mil pessoas, gerando anualmente oito mil milhões de euros na fabricação de equipamentos e 60 mil milhões de euros com a venda de dados e serviços.

"Prevemos que os nossos clientes particulares no setor dos operadores de satélites de comunicação não vão querer comprar o habitual número de satélites à indústria espacial", disse Olivier Lemaitre, secretário-geral da Associação Industrial Eurospace, em entrevista à euronews.

"É óbvio que precisamos de um grande esforço institucional para apoiar as atividades de investigação e desenvolvimento. E, de fato, isso é algo que não é totalmente compreendido pelos Estados-membros europeus", acrescentou.

O lançamento do satélite Sentinel-6 foi adiado para novembro de 2020. Faz parte do programa Copérnico de Observação da Terra e vai monitorizar a atmosfera e o aumento do nível do mar.

Mas a Europa está atrasada em relação a outras potências geopolíticas: em 2019, a China fez 34 lançamentos institucionais, a Rússia 21, os EUA 15 e a Europa apenas dois.

AP/AP
Satélite CopernicusAP/AP

Atingir a neutralidade de emissões de CO2 em 2050

Os ministros da União Europeia com esta pasta vão debater, sexta-feira, o potencial dos dados, serviços e tecnologias espaciais para promover uma recuperação económica mais sustentável.

Os cientistas da Agência Espacial Europeia enfatizam que a monitorização das alterações mudanças climáticas é crucial para alcançar a neutralidade de emissões de C02 até 2050.

"São necessárias muitas etapas até chegar a esse objetivo em termos dos níveis de poluição causados por fábricas, indústria, tráfego, agricultura, silvicultura e muitos outros setores cuja atividade tem fortes impactos. Os satélites monitorizam as alterações, mas também podem ajudar os decisores políticos, ao fornecerem informações relevantes para implementar boas políticas", explicou Josef Aschbacher, diretor de Programas de Observação da Terra na Agência Espacial Europeia.

Outros programas  de satélites, como o Galileu, também geram inovação e contribuem para setores tais como os transporte de mercadorias, serviços de tele-medicina, comunicações 5G, entre outros.

Orçamento europeu deve orientar programa para as PME

A nova proposta de orçamento para a União Europeia de 2021 a 2027 aloca 14,8 mil milhões de euros para o setor, um pouco abaixo da anterior proposta.

O Parlamento Europeu está contra quaisquer cortes, porque o setor também pode ser uma tábua de salvação para as pequenas e médias empresas.

"Estes são programas importantes que precisam de financiamento porque trazem alto retorno em termos de economia, incluindo o que é feito em termos de investigação no âmbito do programa Horizonte Europa", afirmou afirmou Maria da Graça Carvalho, eurodeputada portuguesa do centro-direita.

"Acho que serão, essencialmente, as pequenas e médias empresas, com seu espírito inovador, que usarão os dados espaciais para criar novos serviços que podem ser muito úteis para todos os cidadãos", acrescentou a eurodeputada que é membro da comissão parlamentar de Energia e Indústria e especialista em política espacial.

Para as áreas de defesa e segurança, a União Europeia pretende investir no novo programa GOVSATCOM para combater o cibercrime, manter as comunicações seguras e fazer vigilância espacial.

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