O partido Lei e Justiça, que está no poder, nega que a decisão já tenha sido tomada, alegando que não é uma posição comum e refere que o ministro da Justiça, Zbigniew Ziobro, tem as suas ideias, mas que deve enviar uma proposta para ser analisada.
A possibilidade do governo da Polónia vir a abandonar a Convenção de Istambul levou milhares de pessoas a protestarem nas ruas da capital (Varsóvia), este fim-de-semana, por considerarem fundamental aplicar aquele tratado da União Europeia sobre prevenção da violência contra as mulheres.
O ministro da Justiça, Zbigniew Ziobro , afirmou que se trata de "uma invenção feminista que visa justificar a ideologia gay" e que incentiva demasiado o debate sobre sexualidade e género nas escolas.
Um porta-voz da Comissão Europeia, Adalbert Jahnz, disse à euronews que seria uma decisão lamentável: "Esta é uma convenção importante para lutar contra a violência que atinge as mulheres, algo que não deve ter lugar na sociedade europeia, pelo que devemos continuar a trabalhar juntos para a combater ".
O partido Lei e Justiça, que está no poder, nega que a decisão já tenha sido tomada, alegando que não é uma posição comum e refere que "o ministro tem as suas ideias, mas que deve enviar uma proposta para ser analisada".
Uma especialista em direitos humanos, Iverna McGowan, disse à euronews que "há uma tentativa de criar confusão, mas devemos ser claros".
"Não há nada controverso num tratado cujo objetivo principal é permitir que as mulheres vivam as suas vidas com dignidade, livres de violência. Se essa questão estiver em debate, penso que toda a Europa deve pressionar seriamente o governo polaco a respeitar esta convenção”, acrescentou.
A Polónia ratificou a Convenção de Istambul em 2015, mas a proximidade do regime ultraconservador com a Igreja Católica tem levado a um viragem para promover o que consideram ser os valores familiares tradicionais.