Pequenas empresas inovam na resposta ao confinamento

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De  Isabel Marques da SilvaAna Lázaro
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As pequenas e médias empresas representam 90% do tecido produtivo na União Europeia e são responsáveis por milhões de postos de trabalho.

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Os funcionários dos serviços de entregas tornaram-se recursos humanos de primeira necessidade desde que os confinamentos foram implementados para conter a pandemia de Covid-19. 

Esse trabalho é muitas vezes sinónimo de exploração devido à baixa remuneração e às más condições contratuais. Mas há bons exemplos em algumas empresas que estão a prosperar e a cuidar da força laboral.

“Apesar deste trabalho ser importante, não é geralmente respeitado. Mas nesta cooperativa todos têm contrato, segurança social, estabilidade e podem envolver-se no funcionamento da cooperativa. No final das contas, os meios de trabalho pertencem-nos. Também fiz esta escolha por convicções política e ecológica", afirma Gilles Jacqmain, funcionário na Dioxyde de Gambettes, em Bruxelas.

Ao contrário da maioria das grandes plataformas digitais, esta cooperativa, que foi fundada em 2015, aposta em medias de sustentabilidade social e ambiental.

A pandemia de Covid-19 tem sido um desafio difícil e obrigou a fazer alguns despedimentos, mas como os funcionários tinham contratos, puderam beneficiar de uma rede de apoio público.

“Penso que é muito importante que o trabalhador tenha direito ao subsídio de desemprego quando não se pode manter o posto de trabalho. Eles não sofreram como a maioria dos trabalhadores destes serviços que ficam sem nada de um dia para o outro. Assim se prova, mais uma vez, a necessidade deste trabalho ser reconhecido por todos ”, disse François Bellenger, também funcionário na cooperativa Dioxyde de Gambettes.

Grande esforço de adaptação aos novos tempos

Para se adaptar aos novos tempos, a cooperativa tenta inovar, diversificando a rede de clientes entre setor empresarial privado e clientes particulares.

“Sofremos um golpe muito duro quando perdemos as entregas aos clientes institucionais e empresariais. Tivemos de nos reajustar, apostando nos clientes particulares porque os clientes empresariais também tiveram de se adaptar aos novos tempos", referiu François Bellenger.

Um desses clientes empresariais que se adaptou é a cervejeira In Stoemelings que ficou sem clientes e parou a produção quando todos os bares e restaurantes fecharam. Mas, pouco depois, a administração decidiu vender a cerveja diretamente a particulares usando serviços de entrega.

"Na primeira vaga da pandemia, ainda conseguimos compensar as perdas relativas à indústria da hotelaria. Mas isso deveu-se ao facto das pessoas realmente repeitarem o confinamento e ficarem em casa. Agora estamos numa espécie de confinamento parcial e as vendas online foram retomadas, mas já não compensa as perdas por não termos clientes empresariais na hotelaria e no setor de eventos. Portanto, dá para conseguir aguentar um pouco, mas não será suficiente no longo prazo", afirmou Samuel Languy, funcionário na cervejeira.

As pequenas empresas que lutam pela sobrevivência privilegiando a economia local esperam poder receber alguns apoios governentais e fundos europeus. As pequenas e médias empresas representam 90% do tecido produtivo na União Europeia e são responsáveis por milhões de postos de trabalho.

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