Hungria compra vacina russa face aos atrasos na UE

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De  Isabel Marques da SilvaSandor Sziros
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A Hungria já vacinou cerca de 150 mil pessoas, o que representa 1,5% por cento da população, usando as vacinas da Pfizer-BioNtech ao abrigo do programa da União Europeia.

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A Hungria justifica a aquisição de vacinas contra a Covid-19 à Rússia, e eventualmente à China, com o facto de não haver a eficiência desejada no programa conjunto para a União Europeia liderado pelo executivo comunitário.

O chefe da diplomacia da Hungria, Péter Szijjártó, disse em entrevista à euronews que a estratégia da Comissão Europeia é demasiado lenta, o que levou o governo a concluir um contrato para obter dois milhões de doses da vacina russa SputnikV.

“O fabricante ao qual a União Europeia deu uma forte prioridade está a entregar mais vacinas aos EUA, ao Reino Unido e a Israel em comparação com as entregas que feitas nos Estados-membros da União Europeia. Isso é um facto e penso que deveria haver uma explicação sobre isso até certo ponto", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros da Hungria.

"Também vemos que o Reino Unido está a usar a vacina fabricada pela britânica AstraZeneca para vacinar os seus cidadãos. A Agência Europeia de Medicamentos ainda não aprovou essa vacina, o que tambem deveria ser objeto de explicação. No meio desta espera percebemos que foram alardeadas altas expectativas sobre as vacinas, mas as entregas são muito mais lentas e em menor quantidade do que deveriam", acrescentou Péter Szijjártó.

A Comissão Europeia já exigiu que fossem cumpridos os prazos de entrega tanto pelo consórcio Pfizer-BioNTech como pela AstraZeneca.

Qualidade de vacinas do leste

A Hungria já vacinou cerca de 150 mil pessoas, o que representa 1,5% por cento da população, usando as vacinas da Pfizer-BioNtech ao abrigo do programa da União Europeia.

Devo dizer que eu, que tenho 42 anos, fui vacinado durante toda a minha vida com vacinas produzidas no leste europeu.
Péter Szijjártó
Ministro dos Negócios Estrangeiros da Hungria

A vacina russa poderá ser encarada com maior ceticismo pela população por questões de qualidade, o que não preocupa o governo.

“Não importa de onde vem a vacina. Para mim, a única coisa que importa é se recebe a aprovação do regulador nacional ou do regulador europeu. Penso que essa é a questão principal. Devo dizer que eu, que tenho 42 anos, fui vacinado durante toda a minha vida com vacinas produzidas no leste europeu”, afirmou o ministro.

O programa de aquisição da União Europeia só proíbe contratos unilaterais dos Estados-membros com as empresas com as quais negoceia, mas há um forte sinal político quando um país recorre a outros fornecedores no mercado.

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