UE-EUA acertam posições em cimeira em Bruxelas

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Especialistas anteveem que Joe Biden vai tentar persuadir os aliados a endurecer a posição face à China

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Depois de alguns anos de turbulência, União Europeia (UE) e EUA voltam ao debate, ao vivo e a cores, para uma cimeira histórica, esta terça-feira, em Bruxelas. A UE estará representada pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e pelo presidente do Conselho Europeu, Charles Michel. Os EUA serão representados pelo presidente Joe Biden. 

Da agenda consta a "guerra" comercial transatlântica, herdada da administração Trump, que ainda está por superar.

Para o antigo embaixador da União Europeia em Washington, David O'Sullivan, nem tudo será resolvido, mas haverá, pelo menos, alguns progressos: "O primeiro problema é claramente a 'guerra' entre a Airbus e Boeing, que está em litígio na Organização Mundial do Comércio há 17 anos. Penso que chegou a altura de negociar um acordo. É difícil, mas o tempo escasseia. Temos de procurar encontrar uma solução nas próximas semanas. Há também a questão das tarifas do aço e do alumínio, que consideramos terem sido injustamente impostas aos exportadores europeus, por parte da administração Trump, com o pretexto da segurança nacional. Queremos que sejam efetivamente abolidas, mas temos de perceber o que é preciso do lado americano para sentir que podem reverter, de modo confortável, essa decisão."

A China será outro dos pratos fortes do encontro. Os EUA deverão tentar persuadir os aliados europeus a mostrar convergência, endurecendo as relações com Pequim.

Na cimeira do G7 fizeram-se progressos para contrabalançar melhor a ascensão económica chinesa.

Em entrevista à Euronews, a presidente da Comissão Europeia clarificou posições.

"Existem campos em que cooperamos. Por exemplo, na luta contra as alterações climáticas. Depois, no campo económico, somos concorrentes. Há partes em que cooperamos, mas existem outras em que somos concorrentes fortes. E para isso, no quadro do G7 sabemos que também precisamos de ter as nossas ferramentas. Por exemplo, um caixa de ferramentas 5G com instrumentos para monitorizar investimento direto estrangeiro e outras ferramentas. Existe um outro campo, que é bastante importante. É sobre direitos fundamentais, valores humanos e democracia. Neste domínio está bastante claro que somos rivais sistémicos sem sombra de dúvida", sublinhou Ursula von der Leyen.

Os líderes das duas partes deverão discutir abordagens comuns para gerir a emergência da China como superpotência tecnológica.

Um conselho de Comércio e Tecnologia criaria grupos de trabalho entre a UE/EUA em áreas como segurança cibernética e plataformas de tecnologia. Também se adivinham questões complicadas em matéria de privacidade, como lembrou o antigo embaixador da União Europeia em Washington: "Claro que há a questão da privacidade, das transferências de dados. O Tribunal de Justiça da UE chumbou a ferramenta de transferência de dados pessoais para os EUA, que tem de ser substituída. As negociações estão em curso. São vitais para a indústria poder transferir dados através do Atlântico."

Durante a cimeira será igualmente abordada a questão da pandemia e o apoio a uma investigação conjunta sobre a fonte da Covid-19 em Wuhan.

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