"Bazuca" à vista: Bruxelas aprova PRR de Portugal

Portugal foi o primeiro Estado-membro a entregar à Comissão Europeia a versão final do seu Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e passou o teste.
Ursula Von Der Leyen visitou Lisboa pessoalmente para trazer boas notícias sobre a aprovação. No maior e mais emblemático centro de divulgação de ciência do país - o Pavilhão do Conhecimento - a presidente da Comissão Europeia ficou a conhecer um exemplo da aposta em ciência e inovação, que poderá crescer mais quando os fundos da "bazuca" europeia começarem a chegar em julho.
O primeiro-ministro falou num "marco histórico", que mostra a unidade europeia em nome do bem maior da recuperação. António Costa sublinhou que não se trata de "um cheque em branco" até porque há metas, objetivos e calendários a cumprir.
Dotado de cerca de 14 mil milhões de euros a fundo perdido para recuperar da crise pandémica, o plano português assenta em três planos: resiliência - onde se inclui o reforço do SNS, programas de habitação e capitalização das empresas - transição ambiental e digital.
Mas ainda que se tratem de campos importantes, há quem questione o real impacto do plano.
Acostumado a estudar vários períodos de crise em Portugal, o economista João César das Neves, acaba de lançar um livro sobre o impacto económico da pandemia de Covid-19. Em entrevista à Euronews, mostrou reservas.
Vários países aguardam com impaciência os apoios, que deverão começar a chegar em julho.
A Comissão Europeia já conseguiu aprovar os primeiros fundos para a recuperação pós-pandemia: 20 mil milhões de euros através da emissão de obrigações a dez anos.
Com a aprovação do plano de recuperação português pelo executivo comunitário, a próxima etapa cabe ao Conselho Europeu, que deverá fazer uma apreciação, e ao Conselho de ministros das Finanças da União Europeia (ECOFIN), previsto para esta sexta-feira.
A semana intensa da presidente Von der Leyen continua com a aprovação de mais planos e com passagens por Espanha, Grécia, Dinamarca e Luxemburgo.