UE sanciona ministro da Defesa russo e chefe de gabinete de Putin

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Direitos de autor Associated Press, Sputnik, Russian Foreign Ministry
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Última série de sanções da União Europeia atinge o círculo mais próximo do presidente russo, incluindo vários comandantes

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A União Europeia conta atingir em cheio o círculo de pessoas próximas de Vladimir Putin com um novo arsenal de sanções. O pacote surge depois de o presidente russo reconhecer, unilateralmente, a independência das autoproclamadas repúblicas (pró-Rússia) de Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia.

A lista de alvos inclui o ministro da Defesa da Rússia, o chefe de gabinete do presidente Vladimir Putin, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros e vários comandantes do Exército, apurou a Euronews.

Serão castigados 27 indivíduos e entidades proeminentes que apoiaram Moscovo na "violação do direito internacional", de acordo com o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.

Todos estarão sujeitos a congelamentos de ativos. Os bancos sedeados na União Europeia serão igualmente proibidos de disponibilizar fundos aos visados, embora isso dependa do grau de cooperação das entidades financeiras.

Os alvos também estão a ser punidos com restrições de viagens, o que significa que estão proibidos de entrar ou de passar pelo território da União Europeia.

Acredita-se que as medidas sejam uma das reações de retaliação mais fortes que a União Europeia já tomou contra a Federação Russa, país que assegura 40% do abastecimento de gás do bloco comunitário.

"Este pacote de sanções vai prejudicar a Rússia, e vai doer muito", garantiu o chefe da diplomacia europeia Josep Borrell na tarde de terça-feira, após se alcançar um entendimento político sobre o assunto.

Borrell confirmou que o próprio presidente russo foi excluído do pacote. Também sublinhou que o bloco poderia ter ido mais longe na resposta, mas que se tiveram de fazer compromissos para alcançar a unanimidade entre os 27.

Os detalhes finais foram revelados na tarde desta quarta-feira, após os últimos ajustes.

As sanções já foram publicadas no Jornal Oficial da União Europeia e entraram em vigor. Os Estados-membros terão agora de assegurar o cumprimento das regras.

Exército, bancos e oligarcas

A última série de sanções revela uma forte componente militar, refletindo os riscos imprevisíveis e elevados do impasse fronteiriço entre a Rússia e a Ucrânia.

O bloco europeu quer punir diretamente aqueles que se acredita serem responsáveis ​​pela campanha de desestabilização contra a Ucrânia, que se traduziu em mais de 150 soldados a cercar o país. Alguns já entrando em Donetsk e Lugansk, às ordens de Vladimir Putin.

A Euronews confirmou que Sergei Shoigu, ministro da Defesa da Rússia, Igor Osipov, comandante da frota do Mar Negro, Sergei Surovikin, comandante da força aeroespacial russa, e Oleg Salyukov, comandante-chefe das Forças Terrestres Russas estão na lista negra.

O chefe de gabinete do Presidente Vladimir Putin, Anton Vaino, também é destacado pelo papel no conflito.

Numa tentativa de cortar o apoio económico na retaguarda do poderio militar da Rússia, a União Europeia  também tem como alvo funcionários de alto escalão ligados ao sistema financeiro e bancário do país, como Dmitry Grigorenko, vice-primeiro-ministro da Rússia e presidente do conselho supervisor do banco estatal VTB, e Igor Shuvalov, presidente do banco de fomento Vnesheconombank (VEB).

O oligarca russo Yevgeny Prigozhin, conhecido como "chef de Putin" por causa da vasta rede de restaurantes que tem também consta do grupo de nomes. A União Europeia diz que Prigozhin é um dos principais financiadores do Wagner Group, uma organização paramilitar formada por mercenários, e da Internet Research Agency.

Com sede em São Petersburgo, a organização dedica-se a fazer campanhas online que promovem a agenda política da Rússia e influenciam a opinião pública em todo o mundo. A Internet Research Agency foi acusada de interferir nas eleições dos EUA e espalhar narrativas anti-ucranianas.

Paralelamente, a União Europeia tem na mira responsáveis de comunicação, vistos como "propagandistas", como Maria Zakharova, atual porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, e Margarita Simonyan, editora-chefe do canal de televisão RT, controlado pelo Estado.

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Além deste grupo de 27 alvos, são igualmente visados os elementos da Duma, o Parlamento russo, que votaram a favor do reconhecimento de Donetsk e Lugansk como independentes.

O pacote completo de sanções também introduz limites à capacidade do Estado russo em arrecadar fundos nos mercados de capitais da UE e uma proibição de importação de mercadorias provenientes das regiões separatistas.

O regime de sanções foi apresentado como um "primeiro passo" na resposta da União Europeia aos últimos desenvolvimentos e foi concebido em coordenação com os EUA.

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