Macron e Le Pen, os rostos de duas visões sobre futuro de França na UE

Emmanuel Macron e Marine Le Pen voltam a medir forças a 24 de abril
Emmanuel Macron e Marine Le Pen voltam a medir forças a 24 de abril Direitos de autor PHILIPPE LOPEZ/AFP or licensors
De  Gregoire Lory
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Contagem decrescente para a segunda volta das eleições presidenciais já começou. Escrutínio adivinha-se tenso

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As eleições presidenciais francesas entraram numa nova etapa.

A campanha eleitoral rumo à segunda volta - a 24 de abril - está em curso: um tête-à-tête entre o presidente cessante, Emmanuel Macron, e a candidata de extrema-direita, Marine Le Pen.

Macron e Le Pen são diferentes em muita coisa, principalmente quando o assunto é Europa.

"A 24 de abril podemos fazer a escolha da esperança. Podemos fazer a escolha de França e da Europa em conjunto", sublinhou Emmanuel Macron, de olhos postos na reeleição.

O presidente recandidato é um fervoroso defensor do projeto da União Europeia, mas, agora, com um vigor mais moderado do que há cinco anos, até porque tem de atrair os votos da esquerda radical eurocética se quiser manter o lugar.

"Penso que ele deve ter em conta a lógica da segunda volta, que supõe uma transferência de votos, em particular os do [candidato] Jean-Luc Mélenchon. O euroceticismo não se verifica só na extrema-direita. É algo que também é difuso na esquerda e nos seus últimos discursos ele pediu uma união dos social-democratas e dos neo-gaulistas, [que] não exatamente europeus federalistas fervorosos", explicou, em entrevista à Euronews, Christophe Sente, investigador da Universidade Livre de Bruxelas.

Ainda que Marine Le Pen não fale mais da saída do euro - que é como quem diz do projeto europeu - o programa político da candidata da União Nacional é profundamente eurocético.

"Restaurarei em todos os domínios a soberania de França, para o povo francês [ter] a liberdade de decidir por si mesmo e defender os seus interesses", prometeu Le Pen.

O programa político da candidata opõe-se aos compromissos europeus de França.

"Marine Le Pen coloca em causa certas obrigações de França e planeia, por exemplo, reestabelecer os controlos fronteiriços de mercadorias, o que restauraria as fronteiras francesas dentro do Mercado Único, o que não pode acontecer, por ser contrário aos tratados. A política de migração também estaria em forte contradição com os compromissos europeus e a parceria com os outros Estados-Membros", lembrou Eric Maurice, da Fundação Robert Schuman.

Macron e Le Pen, os dois candidatos à presidência francesa, são também os rostos de duas visões opostas sobre França e sobre o papel do país na Europa.

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