O assunto das compensações para perdas e danos continua a dividir nações
À medida que a crise climática agrava os estragos em todo o mundo, os países da linha de frente procuram compensações financeiras por causa das perdas e dos danos crescentes.
As pesadas reparações climáticas - dizem - deveriam sair dos bolsos das nações ocidentais ricas, com responsabilidade histórica pelo aquecimento do planeta.
Um relatório de 2020 revelou que o Norte Global é responsável por 92% do excesso de emissões globais de carbono desde o arranque da Revolução Industrial, quando o uso de combustíveis fósseis se tornou norma.
Os países de baixos rendimentos - muitos dos quais estão na linha de frente das alterações climáticas - são agora desproporcionalmente afetados por fenómenos climáticos extremos, como cheias devastadoras e secas mais longas do que o normal, apesar do contributo para a crise atual ter sido muito limitado em comparação com o do Ocidente.
Em resposta, o Sul Global quer que a comunidade internacional estabeleça um novo fundo para reparações climáticas.
O dinheiro deve ser separado dos 10 mil milhões de dólares necessários todos os anos para adaptação e mitigação climática porque, dizem vários países, essas perdas e danos são irreparáveis e não serão restaurados através de qualquer projeto ou investimento.
Uma coligação de 134 países em desenvolvimento, juntamente com a China, fez pressão para incluir reparações nas conclusões da COP26, a Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, mas esbarrou na resistência dos EUA e da Europa, que temem ser arrastados para batalhas legais infindáveis.
Uma proposta para criar um fundo para o Financiamento de Perdas e Danos passou antes a designar-se "Diálogo sobre Finanças para Perdas e Danos."
Apesar do revés, o Sul Global está determinado em trazer o assunto das reparações climáticas de volta à mesa em novembro, quando líderes políticos e negociadores se reunirem novamente na COP27, no Egito.
Veja o vídeo acima para saber mais sobre as reparações climáticas.