Eurodeputados passam pacote "Fit for 55" a pente fino

Propostas do pacote legislativo estão longe de gerar consenso
Propostas do pacote legislativo estão longe de gerar consenso Direitos de autor MICHAEL PROBST/AP
De  Christopher Pitchers
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Pacote para acelerar descarbonização e reduzir as emissões de C02 em 55% até 2030 esteve a debate no Parlamento Europeu antes de voto-chave às medidas, esta quarta-feira

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A temperatura está a aquecer no Parlamento Europeu, numa altura em que os eurodeputados discutem a futura política climática da União Europeia (UE).

Em Estrasburgo, debateu-se, esta terça-feira, o pacote legislativo de medidas ambientais "Fit for 55", um ambicioso plano apresentado pela Comissão Europeia para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa em pelo menos 55%, até 2030, relativamente aos níveis de 1990, e atingir a neutralidade climática até 2050.

Se forem aprovadas, as medidas terão um forte impacto na vida dos Europeus, a começar pela mobilidade.

Os plano inicial contemplava o desaparecimento do veículos com motor a gasolina e a diesel até 2035, algo que os eurodeputados do grupo dos "Verdes" aprovam, mas que os conservadores e a extrema-direita recusam.

"Dizemos que até 2035 não deve haver motores de combustão novos no mercado e eles querem parar isso. Querem vender carros com motor de combustão, carros movidos a combustíveis fósseis para sempre. Isso é realmente absurdo porque, por um lado, a maioria dos fabricantes de automóveis - Mercedes, Volkswagen -  dizem que em 2030 já só querem ter carros elétricos. e estamos a falar do ano de 2035. Então, estamos realmente a debater longe da realidade", disse à Euronews Michael Bloss, eurodeputado alemão do Grupo dos Verdes/Aliança Livre Europeia.

Não é o único plano polémico.

No ano passado, a Comissão Europeia propôs um imposto de carbono no gás e combustível que as empresas produzem, o que se teme que possa vir a ser transferido para os cidadãos.

Alguns eurodeputados colocaram agora termo à ideia, como explicou Pascal Canfin, eurodeputado francês do grupo Renovar a Europa e presidente da comissão parlamentar para o ambiente: "a resposta muito clara para as famílias, quer falemos sobre carros, quer falemos sobre aquecimento ou refrigeração, é que o Parlamento não seguirá a proposta da Comissão Europeia de um imposto sobre o carbono, sobre as famílias. Matou-se essa ideia há semanas atrás numa comissão parlamentar de meio ambiente e ninguém está disposto a reabrir isso no plenário e não vai acontecer."

Esta quarta-feira, o pacote de medidas vai a votos entre os eurodeputados, o que pode abanar as ambições da Comissão Europeia para atingir a neutralidade climática em 2050.

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