O governo britânico apresentou ao parlamento um projeto de lei que desafia o estatuto pós-Brexit da Irlanda do Norte.
Após um longo impasse, o governo britânico decidiu apresentar ao parlamento um projeto de lei que desafia o estatuto pós-Brexit da Irlanda do Norte.
O executivo de Boris Johnson tinha ameaçado anular o tratado internacional que negociou e assinou, mas optou por alterá-lo, unilateralmente, agindo "legalmente", dizia a chefe da Diplomacia britânica, Liz Truss.
A União Europeia considera o texto ilegal. A Comissão recusa-se, categoricamente, a renegociar o protocolo e alertou para retaliações contra o Reino Unido se este seguir em frente com legislação para desactivar, unilateralmente, partes do acordo.
Por outro lado o governo britânico pisca o olho à Irlanda. A referida ministra, nas redes sociais, dizia que estão prontos a negociar e ansiosos para resolver os problemas. O primeiro-ministro irlandês, Micheál Martin, mantinha a defesa do bloco forte europeu afirmando não aceitar as declarações do _"_governo britânico e de certos ministros" que acusam a União Europeia de "inflexibilidade". Esse não é o caso, "a União Europeia tem sido muito pró-ativa, desde há um ano, na tentativa de procurar soluções para as questões em torno do funcionamento do protocolo", concluia.
Bruxelas advertia que poderá reativar o processo que abriu contra Londres, no ano passado, altura em que foram revelados planos para contornar o protocolo, e abrir novos processos de infração na mesma linha, que poderão culminar na imposição de multas contra o Reino Unido pelo Tribunal de Justiça da UE. Mas Londres não se mostra disponível para esperar, mesmo com ameaças, devido, diz, à paralisia política causada pelo protocolo, na província britânica.