"Temos de arregaçar as mangas. A União Europeia acredita, firmemente, na cooperação internacional, na vontade de construir soluções em conjunto", disse o presidente do Conselho Europeu.
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, exorta os Estados Unidos a respeitarem os seus compromissos financeiros na área da cooperação internacional sobre a política climática. Numa entrevista à euronews durante a COP27, no Egito, Charles Michel afirmou que nenhum país, mesmo os mais poderosos, pode enfrentar sozinho os desafios ao nível climático.
"Acredito que a União Europeia está a fazer a sua parte e apelo aos Estados Unidos, e a pessoas influentes como Al Gore, para que também o façam. Dou como exemplo os cem mil milhões de euros anuais prometidos, há muito tempo, aos países em desenvolvimento", disse.
"A União Europeia e os seus Estados Membros assumiram, plenamente, a sua quota-parte. Mas é visível a desilusão dos países em desenvolvimento porque não têm recebido apoio suficiente. Convido os países mais ricos, fora da União Europeia, a mobilizarem-se, começamdo por respeitarem os anteriores compromissos financeiros", enfatizou.
Questionado sobre o desfecho que deseja para esta conferência sobre as alterações climáticas organizada pela ONU, o presidente do Conselho Europeu afirmou que a recuperação da pandemia de Covid-19 e a guerra na Ucrânia trouxeram desafios novos, mas que essa realidade deve levar ao "redobrar esforços".
"Temos de arregaçar as mangas. A União Europeia acredita, firmemente, na cooperação internacional, na vontade de construir soluções em conjunto. Esse é o caminho. Não há nenhum país que sozinho, mesmo o mais poderoso a nível militar e económico, que possa resolver este desafio, que é o desafio da nossa geração", disse Michel.
A primeira-ministra de Barbados, Mia Mottley, propôs que se crie um imposto sobre os lucros das empresas de gás e petróleo para combater as alterações climáticas. Poderia a União Europeia apoiar a proposta?
"Existem países que são extremamente importantes para assegurar o aprovisionamento energético da Europa. Mas estes países têm receitas extremamente elevadas devido ao aumento dos preços. Tive a oportunidade de contactar funcionários noruegueses, por exemplo. O mesmo se aplica aos Estados Unidos. Temos parceiros, amigos, aliados com quem trabalhamos na questão do abastecimento, o que é muito bom. Penso que se deveriam juntar à UE na análise da questão dos preços, porque é do interesse de todos que não haja uma recessão profunda, séria, que dure muito tempo", explicou o presidente do Conselho Europeu.