Parlamento Europeu debate levantamento de imunidade de 2 membros

O Parlamento Europeu iniciou, segunda-feira, o procedimento formal para, eventualmente, levantar a imunidade de dois eurodeputados que poderão estar ligados ao recente escândalo de corrupção.
A presidente Roberta Metsola deu seguimento ao pedido da justiça belga, que visa o eurodeputado belga Marc Tarabella e o italiano Andrea Cozzolino, ambos socialistas
Cozzolino abandonou, entretanto, a presidencia da delegação parlamentar para as relações com os países do Magrebe, que inclui Marrocos.
O parlamentar também fez parte da comissão que investiga a utilização do software de espionagem Pegasus, em que Marrocos está alegadamente envolvido.
O governo de Rabat nega qualquer ação ilegal para influenciar o Parlamento Europeu
"Queremos ter uma ideia do que aconteceu e alguns membros fazem parte da comissão de inquérito sobre o software de espionagem Pegasus, que também se relaciona com Marrocos", disse, à euronews Saskia Bricmont, eurodeputada belga dos Verdes.
"Suspeita-se que Marrocos tenha utilizado o software Pegasus contra a União Europeua, contra o presidente francês Macron e também contra o chefe do governo de Espanha. Alguns eurodeputados dessa comissão podem ser suspeitos de ter defendido os seus interesses particulares e também os interesses marroquinos. Existem duvidas", explicou.
Tanto Andrea Cozollino como Marc Tarabella, que foi vice-presidente da delegação parlamentar para as relações da Península Árabe (que inclui o Qatar), negam qualquer envolvimento em corrupção.
No caso do belga Tarabella, soube-se, entretanto, que não declarou uma viagem ao Qatar em 2020, paga pelo governo desse país, o que é uma violação das regras do Parlamento Europeu.
A comissão parlamentar de Assuntos Jurídicos vai ouvir os argumentos dos dois eurodeputadose. De seguida será votado o levantamento de imunidade em sessão plenária.
Se o processo for bem sucedido, as autoridades judiciais belgas poderão interrogar os dois suspeitos.