UE aprova fornecimento de munições à Ucrânia no valor de 2 mil milhões de euros

António Guterres, secretário-geral da ONU (segundo à esquerda), participou na cimeira da UE, em Bruxelas
António Guterres, secretário-geral da ONU (segundo à esquerda), participou na cimeira da UE, em Bruxelas Direitos de autor Olivier Matthys/Copyright 2023 The AP. All rights reserved
De  Isabel Marques da Silva
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O presidente ucraniano agradeceu aos líderes a iniciativa e também pediu que entregassem aviões modernos e mísseis de longo alcance para ajudar a resistência ao ataque russo.

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Os líderes da União Europeia (UE) aprovaram, quinta-feira, um pacote de dois mil milhões de euros de fundos europeus para fornecer munições de artilharia à Ucrânia.

Metade será usado para transferir stocks existentes nos arsenais dos Estados-membros e a outra metade para aquisição conjunta no mercado.

Uma boa notícia para o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, que se voltou a juntar à cimeira por videoconferência, pedindo a entrega urgente de armas. A ajuda deverá ser providenciada ao longo de 12 meses.

Zelenskyy agradeceu aos líderes a iniciativa e também pediu aos líderes que entregassem aviões modernos e mísseis de longo alcance para ajudar a resistência ao ataque russo.

De acordo com várias estimativas, a Ucrânia está a disparar seis mil a sete mil munições de artilharia por dia, cerca de um terço do total disparado pela Rússia.

A Hungria disse que não participará na entrega de munições à Ucrânia, citando o seu compromisso para com a paz, mas disse que não impediria outros membros de o fazerem.

No mês passado, o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, disse que a UE foi parcialmente culpada por prolongar a guerra da Rússia na Ucrânia, sancionando a Rússia e fornecendo à Ucrânia dinheiro e armas, em vez de procurar negociar a paz com Moscovo.

Os líderes da UE discutiram, também, a possibilidade de transferir mais 3,5 mil milhões de euros para o Mecanismo Europeu para a Paz, que reembolsa os Estados-membros que fornecem armas, munições e apoio militar à Ucrânia.

Desafio económico para UE e  para o mundo

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres,  juntou-se aos líderes da UE num almoço, tendo descrito a situação global como sombria, com o mundo a enfrentar uma "tempestade perfeita" em muitas partes do mundo.

"Mais fome, mais pobreza, menos educação, menos serviços de saúde. E é evidente que o nosso sistema financeiro internacional não está apto a enfrentar um desafio tão grande", disse Guterres aos jornalistgas.

Os líderes da UE debateram, ainda, a competitividade do bloco e a sua resposta à Lei de Redução da Inflação dos EUA, através do Plano Industrial do Pacto Ecológico, para ter 40% da tecnologia crucial para combater as alterações climáticas, tais como painéis solares e turbinas eólicas, construídas dentro das suas próprias fronteiras, até 2030.

A polémica dos veículos com motores de combustão

Um tema controverso que não estava na agenda mas foi levantado pela primeira-ministra de Itália, Giorgia Meloni, é a legislação para deixar de fabricar veículos com motor de combustão a partir de 2035, que já tinha sido aprovada pelo Parlamento Europeu.

A Itália é um dos países que apoiou o pedido da Alemanha para que a Comissão Europeia criasse uma exceção para os carros que usam combustíveis sintéticos e à base de plantas, apesar do diploma já ter sido considerado fechado por todos os 27 países.

"Concordamos com os objetivos da transição ecológica, mas pensamos que não compete à UE decidir quais as tecnologias que devem ser utilizadas para alcançar esses objetivos", disse Meloni aos jornalistas.

Como é considerada uma das peças-chave do Pacto Ecológico Europeu, o impasse provocou uma rara intervenção da presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, que enviou uma carta ao Conselho Europeu, avisando que o bloqueio "poderia minar a credibilidade do processo legislativo e correr o risco de minar a confiança entre os co-legisladores".

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