A Eurostat, agência oficial de estatísticas da União Europeia (UE), divulgou, na segunda-feira, os dados mais atualizados sobre a inflação e outros indicadores sobre a saúde económica e social no bloco, nos últimos 12 meses. Veja o resumo das principais conclusões.
Inflação
A inflação anual nos países da UE foi, em média, de 9,2% em 2022, numa altura em que a agressão russa na Ucrânia afetou fortemente os mercados de matérias-primas, segundo dados do Eurostat. A inflação foi mais elevada nos Estados Bálticos, atingindo o recorde de 19,4% na Estónia.
Os custos com a habitação, inclouindo água e da energia, aumentaram 18%, os dos transportes 12,1% e os dos produtos alimentares e bebidas não alcoólicas 11,9%.
Crise do custo de vida
Em janeiro de 2023, quase metade (47,1%) da despesa média dos agregados familiares na UE foi canalizada para as três despesas que registaram os aumentos mais acentuados, que evidencia um agravamento da crise do custo de vida.
No ano passado, 21,6% da população da UE (cerca de 95,3 milhões de pessoas) estavam em risco de pobreza ou exclusão social. Esta percentagem era mais elevada na Roménia (34,4%) e na Bulgária (32,2%).
Quase uma em cada três pessoas da UE não conseguiu fazer face a uma fatura inesperada em 2022, mais 1,3% do que no ano anterior. Este valor também foi mais elevado na Roménia, onde quase metade (47,9%) não conseguiu absorver uma despesa imprevista.
Do excedente comercial ao défice
Após uma década de excedente comercial de bens, entre 2012 e 2021, a UE teve o seu primeiro défice comercial: o valor dos bens importados para a UE, em 2022, excedeu o valor das exportações em 430 mil milhões de euros.
Tanto os volumes de importação como de exportação bateram recordes anteriores, sugerindo que o comércio mundial está a crescer no rescaldo da pandemia de Covid-19.
Os EUA foram o principal mercado de exportação para os bens da UE, representando 19,8% do valor total das exportações, seguidos pelo Reino Unido com 12,8%.
Entre 2021 e 2022, as exportações da UE para a Rússia caíram 38,1% para apenas 2,1%, uma vez que a guerra na Ucrânia paralisou a relação comercial.
A China foi, de longe, o principal importador de bens da UE, representando mais de um quinto (20,9%) de todas as importações.
Os EUA e o Reino Unido são os maiores parceiros comerciais da UE no que respeita aos serviços, representando ambos os países cerca de um quinto dos serviços exportados pela UE.
Em contrapartida, cerca de um terço (34,5%) dos serviços importados para a UE provêm dos Estados Unidos.
O relatório anual inclui ainda dados sobre a população do continente, a sua educação e saúde, bem como o estado do seu ambiente e recursos naturais.