Famílias dos reféns do Hamas pedem ajuda ao Parlamento Europeu

A woman touches photos of Israelis missing and held captive in Gaza, displayed on a wall in Tel Aviv
A woman touches photos of Israelis missing and held captive in Gaza, displayed on a wall in Tel Aviv Direitos de autor Petros Giannakouris/Copyright 2023 The AP. All rights reserved.
De  Isabel Marques da SilvaMaria Psara com AP
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Passado mais de um mês desde que cerca de 240 pessoas foram feitas reféns pelo Hamas no ataque a Israel, alguns familiares das vítimas pediram apoio ao Parlamento Europeu, em Bruxelas.

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"Este é o meu filho que está a ser espancado, atirado para o carro, algemado. Ele continua a olhar para a câmara (do telemóvel) com ar zangado como se dissesse "não me batam, estou algemado. O meu filho Omer tem 22 anos, é um rapaz muito bem parecido, muito bonito. Só foi a uma festa, ao festival Nova, para celebrar a felicidade, a liberdade e o amor", disse Shai Wenkert à euronews.

Quatro familiares de reféns israelitas, acompanhados do ministro dos Negócios Estrangeiros, Eli Cohen, partilharam as suas histórias com os eurodeputados e a imprensa,quarta-feira, em Bruxelas.

A pressão diplomática vinda de todo o mundo é crucial para conseguir a libertação dos reféns, consideram estes familiares, que também tem passaportes de países europeus.

Até agora o Hamas libertou apenas quatro pessoas, tendo uma militar sido resgatada pelas forças israelitas.

"Eu beijaria os filhos do raptor"

Já a fazer o luto pela sogra que foi assassinada, Yoni Asher quer ter de novo junto de si a mulher e as suas duas filhas.

"É difícil descrever as emoções numa situação destas. Não podia fazer nada, estava desamparado. Eu não podia fazer nada, a não ser cair no chão. Mas há pouco tempo, decidi que ou lutava pela vida da minha família ou morria. Por isso, não tenho duas opções, só tenho uma", disse à euronews.

A retaliação militar israelita já causou mais de dez mil mortos em Gaza, dos quais cerca de 40% são crianças. Uma tragédia humanitária que também choca estes cidadãos.

"Sabe uma coisa? Se o filho ou filha  daquele que raptou as minhas bebés estivesse aqui ao meu lado, agora, sabe o que eu faria? Abraçava-os e beijava-os. Sabe porquê? Porque as crianças são crianças. O que fariano meu lugar? O que faria se os seus filhos fossem raptados da sala de estar da avó? Não usaria todos os meios que tem para os trazer de volta e salvar as suas vidas?", acrescentou Yoni Asher.

Nesta visita, o chefe da diplomacia israelita reuniu-se com a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, e com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, as primeiras líderes estrangeiras a visitar Israel e a expressar a sua solidariedade para com o Estado judaico, poucos dias depois do massacre de 7 de outubro.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que poderia decretar "pequenas pausas humánitarias" nos combates na Faixa de Gaza se estas permitissem libertar reféns, mas alguns familiares questionam-se sobre porque é que as negociações não estão a produzir mais resultados.

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