UE tem "enorme risco" de ataques terroristas, alerta comissária Johansson

Os gendarmes franceses patrulham a praça do Trocadero, perto da Torre Eiffel, depois de um homem ter atacado os transeuntes no sábado, matando um turista alemão com uma faca e ferindo outros dois
Os gendarmes franceses patrulham a praça do Trocadero, perto da Torre Eiffel, depois de um homem ter atacado os transeuntes no sábado, matando um turista alemão com uma faca e ferindo outros dois Direitos de autor Christophe Ena/Copyright 2023 The AP. All rights reserved
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De  Mared Gwyn JonesIsabel Marques da Silva (Trad.)
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Artigo publicado originalmente em inglês

A União Europeia (UE) está a enfrentar um "enorme risco" de ataques terroristas durante o período de férias, alertou, terça-feira, Ylva Johansson, comissária europeia para os Assuntos Internos.

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"Com a guerra entre Israel e o Hamas e a polarização que provoca na nossa sociedade, com a chegada da época festiva, existe um enorme risco de ataques terroristas na União Europeia", afirmou Ylva Johansson, antes de uma reunião dos ministros dos Assuntos Internos da UE, em Bruxelas.

"Vamos disponibilizar 30 milhões de euros adicionais para a proteção de [...] locais de culto", prometeu.

O aviso surgiu dias depois de um islamista radical conhecido das autoridades ter esfaqueado mortalmente um turista germano-filipino e ferido outras duas pessoas com um martelo perto da Torre Eiffel, em Paris (França), aumentando a vigilância da UE e a preocupação com a iminência de mais ataques.

O suspeito, identificado como Armand Rajabpour-Miyandoab, tinha jurado fidelidade ao chamado Estado Islâmico, num vídeo publicado nas redes sociais.

A guerra em Gaza e o terror do Hamas estão a agravar esta situação. O risco de uma maior emocionalização e radicalização dos perpetradores islâmicos violentos é elevado.
Nancy Faeser
Ministra da Administração Interna, Alemanha

Os ministros da Administração Interna da Áustria, Bélgica, França, Alemanha, Espanha e Suécia reuniram-se, durante o pequeno-almoço, para discutir a ameaça terrorista, disse a ministra alemã Nancy Faeser.

"A guerra em Gaza e o terror do Hamas estão a agravar esta situação. O risco de uma maior emocionalização e radicalização dos perpetradores islâmicos violentos é elevado", disse Faeser à imprensa.

"As nossas autoridades de segurança estão a trabalhar em estreita colaboração. Neste momento, temos de estar particularmente atentos às ameaças islâmicas e trabalhar em conjunto com os países vizinhos contra a propaganda islâmica", acrescentou.

Festividades de Natal nas ruas aumentam riscos

Os mercados de Natal de Berlim (Alemanha) e Estrasburgo (França) foram palco de ataques terroristas com vítimas, em 2016 e 2018, respetivamente.

Na quinta-feira, as autoridades alemãs detiveram um jovem de 15 anos e o seu alegado cúmplice por suspeita de planearem um ataque ao estilo do Estado Islâmico num mercado de Natal. Este ano, as forças policiais de vários países da UE estão a reforçar a segurança em torno destes mercados.

O prolongado conflito no Médio Oriente está também a agravar os receios de que a violência possa aumentar por toda a Europa nos locais religiosos.

Os locais de culto, incluindo sinagogas e mesquitas, têm estado em alerta máximo desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, no início de outubro, devido ao receio de represálias entre as comunidades judaica e muçulmana. os países da UE reforçaram a presença da polícia nas imediações desses locais.

Um professor francês foi esfaqueado até à morte na cidade de Arras, no nordeste do país, por um antigo aluno com um historial de radicalização islâmica, a 13 de outubro, apenas seis dias após o início do conflito entre Israel e o Hamas (7 de outubro).

Dias depois, um agressor que se dizia inspirado pelo Estado Islâmico matou a tiro dois cidadãos suecos em Bruxelas (Bélgica). O autor do crime, de nacionalidade tunisina, tinha pedido asilo na Bélgica sem sucesso, mas as autoridades belgas não tinham conseguido dar seguimento à sua ordem de deportação.

Johansson (que é de nacionalidade sueca), afirmou, em resposta a esse ataque, que o bloco tinha de intensificar os esforços para garantir que os migrantes irregulares que representam um "risco para a segurança" são, rapidamente, reenviados para os países de trânsito ou de origem.

O terrorismo islâmico continua a ser a maior ameaça terrorista na Europa Ocidental e "espera-se que os atores isolados continuem a perpetrar a maioria dos ataques terroristas na UE", disse o porta-voz da Europol, Jan Op Gen Oorth, àEuronews, em setembro.

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