"Estado da União": Guerras, Schengen e sondagens no início de 2024

Romania and Bulgaria still have to wait for abolition of internal land border controls
Romania and Bulgaria still have to wait for abolition of internal land border controls Direitos de autor Valentina Petrova/AP2011
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De  Isabel Marques da Silva
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Estamos no início de um novo ano, tempo de renovação, mas há muitos legados de 2023 que se estão a agravar, nomeadamente as guerras em Gaza e na Ucrânia. Em destaque no programa está a decisão sobre a adesão "parcial" da Roménia e da Bulgária ao espaço Schengen de livre circulação.

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Na sequência do ataque ucraniano à cidade russa de Belgorod, a 30 de dezembro, o Kremlin respondeu com um dos seus mais fortes ataques de mísseis contra o país até à data. Por outro lado, a guerra em Gaza pode alastrar a países vizinhos como o Líbano, a partir de onde o grupo Hezbollah ataca Israel.

A União Europeia (UE) prometeu investir esforços diplomáticos e financeiros nestes  conflitos. No entanto, dada a contradição entre a unidade em relação à Ucrânia e as divisões sobre Gaza, o bloco pode perder credibilidade na comunidade internacional, alertou o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell.

"A posição clara e firme da Europa sobre a guerra na Ucrânia não é partilhada por muitos países do mundo, que nos acusam, imediatamente, de termos princípios de geometria variável, ou aquilo a que chamam "dois pesos e duas medidas". Penso que, a menos que fechemos os olhos e os ouvidos, é difícil não encarar esta contradição", disse Borrell, num seminário, esta semana, em Lisboa.

A nível interno, a UE está a tentar colmatar uma das suas muitas divisões, nomeadamente no espaço Schengen de livre circulação. O Conselho Europeu decidiu eliminar os controlos nas fronteiras internas aéreas e marítimas da Bulgária e da Roménia, a partir de 31 de março.

Finalmente, vemos vontade do lado do governo austríaco de, pelo menos, negociar alguma coisa.
Dragoș Tudorache
Eurodeputado, liberal, Roménia

As discussões sobre uma nova decisão para eliminar os controlos nas fronteiras terrestres continuarão em 2024.

A Euronews analisou este género de "adesão parcial" concedida aos dois Estados-membros com Dragoș Tudorache, um eurodeputado romeno do grupo político Renew Europe (liberal).

"É algo parcialmente bom e parcialmente mau. Parcialmente bom, porque finalmente quebra o impasse que existe há mais de um ano, desde a decisão do Conselho de Justiça, em dezembro de 2022, e da análise inicial com veto da Áustria. Finalmente, vemos vontade do lado do governo austríaco de, pelo menos, negociar alguma coisa. Mas também é parcialmente negativo no sentido que uma parte muito importante desta decisão, que são as fronteiras terrestres - onde, de facto, o custo de não estar em Schengen mais se sente -, tanto para os cidadãos como para as empresas, na Roménia e na Bulgária, ainda permanece em aberto. E o pior de tudo é que continua em aberto e sem um calendário claro", disse o eurodeputado.

(Veja a entrevista na íntehra em vídeo)

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