EventsEventosPodcasts
Loader
Find Us
PUBLICIDADE

Meloni condena racismo na Liga Juvenil do partido no poder revelado numa reportagem

Giorgia Meloni em declarações aos jornalistas em Bruxelas, 28 de junho de 2024
Giorgia Meloni em declarações aos jornalistas em Bruxelas, 28 de junho de 2024 Direitos de autor Screenshot from EBU video 2024_10242214
Direitos de autor Screenshot from EBU video 2024_10242214
De  Euronews com EBU
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Artigo publicado originalmente em inglês

A Fanpage, uma agência noticiosa de esquerda, afirmou ter provas em vídeo de que alguns membros da Juventude Nacional usaram insultos racistas e fizeram uma saudação nazi.

PUBLICIDADE

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, condenou os comentários racistas e antissemitas feitos por alguns membros da Liga da Juventude do partido no poder, Irmãos de Itália.

Em declarações aos jornalistas em Bruxelas, Meloni afirmou que o antissemitismo e o racismo são incompatíveis com o partido, depois de dois membros da Juventude Nacional se terem demitido devido a alegados comentários antissemitas feitos contra um senador judeu.

"Já disse muitas vezes e repito, penso que aqueles que têm sentimentos racistas, antissemitas ou nostálgicos estão simplesmente enganados, porque esses sentimentos são incompatíveis com os Irmãos de Itália, são incompatíveis com a direita italiana, são incompatíveis com a linha política que definimos claramente nos últimos anos e, por isso, não aceito que haja ambiguidades nesta matéria", afirmou.

Os comentários de Meloni surgem após a publicação de uma reportagem no jornal online de esquerda Fanpage, que afirmava ter gravações vídeo e áudio de alguns membros da Juventude Nacional a usar insultos racistas e a fazer saudações nazis.

Giorgia Meloni assiste a uma sessão na Câmara dos Deputados, em Roma, a 26 de junho de 2024
Giorgia Meloni assiste a uma sessão na Câmara dos Deputados, em Roma, a 26 de junho de 2024Roberto Monaldo/LaPresse

Meloni critica métodos utilizados na reportagem do Fanpage

"Penso que se quisermos chamar-lhe uma investigação jornalística, a mesma atitude e a mesma investigação deveriam ser levadas a cabo em todas as organizações de juventude de outros partidos políticos. Não sabemos o que pode sair, não vamos saber. Sabem porquê? Porque na história da República Italiana, o que a Fanpage fez com o Irmãos de Itália é inédito", afirmou.

"Nunca se pensou que pudessem infiltrar-se numa organização política, gravar secretamente as suas reuniões, gravar também os assuntos pessoais de menores".

A investigação da Fanpage, intitulada "Juventude Meloniana", provocou ondas de choque nos Irmãos de Itália, ao mesmo tempo que Meloni procura consolidar a sua reputação de voz moderada na cena europeia.

Houve também indignação por parte dos membros da Comunidade Judaica de Roma, tendo alguns apelado a Meloni para que punisse os membros da ala juvenil expostos na investigação.

"A Comunidade Judaica de Roma condena as imagens vergonhosas de racismo e antissemitismo que emergiram da investigação da Fanpage", publicou o presidente Victor Fadlun no X.

O presidente Victor Fadlun escreveu que o partido deve tomar "medidas adequadas", afirmando ser "imperativo que a sociedade" reaja contra a discriminação.

O Irmâos de Itália tem as suas raízes no Movimento Social Italiano (MSI), formado em 1946 como sucessor do movimento fascista de Benito Mussolini, que governou a Itália durante mais de 20 anos.

Meloni condenou repetidamente as leis racistas e antijudaicas decretadas por Mussolini em 1938, numa tentativa de transformar o seu partido numa força conservadora dominante.

Mas também ignorou os apelos para se declarar "antifascista", o que levou alguns dos seus críticos a dizer que não conseguiu distanciar-se totalmente do neofascismo.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Meloni contesta negociações "antidemocráticas" para cargos de topo da UE e pondera abstenção

Primeiro-ministro da Eslováquia poderá ficar com sequelas permanentes depois de ter sido baleado

Quatro conclusões a retirar das eleições legislativas francesas