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Comissão Europeia boicota presidência húngara devido às viagens de Orbán a Moscovo e Pequim

As viagens de Viktor Orbán têm-se revelado extremamente controversas.
As viagens de Viktor Orbán têm-se revelado extremamente controversas. Direitos de autor Thanassis Stavrakis/Copyright 2024 The AP. All rights reserved
Direitos de autor Thanassis Stavrakis/Copyright 2024 The AP. All rights reserved
De  Jorge Liboreiro
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Artigo publicado originalmente em inglês

As especulações sobre um boicote têm sido frequentes em Bruxelas desde que Orbán regressou das suas controversas visitas a Moscovo e Pequim.

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A Comissão Europeia decidiu boicotar a presidência semestral do Conselho da UE pela Hungria, em resposta às controversas viagens de Viktor Orbán a Moscovo e Pequim, consideradas uma afronta à unidade política do bloco.

"À luz dos recentes acontecimentos que marcam o início da presidência húngara, a Presidente (Ursula von der Leyen) decidiu que a Comissão Europeia será representada a nível de altos funcionários apenas durante as reuniões informais do Conselho", anunciou o porta-voz do executivo, Eric Mamer, na noite de segunda-feira.

"A visita do Colégio à Presidência não terá lugar", acrescentou, confirmando que o grande evento que marca o início de cada presidência rotativa foi cancelado.

Durante a sua recente visita a Moscovo, Orbán encontrou-se com o presidente Vladimir Putin, um homem procurado por crimes de guerra, para discutir a guerra na Ucrânia e, nas palavras do primeiro-ministro, "iniciar um diálogo sobre o caminho mais curto para a paz". Dias depois, as tropas russas bombardearam um hospital pediátrico em Kiev.

Em Pequim, Orbán elogiou o "plano de paz chinês" do presidente Xi Jinping, que a UE rejeitou por fazer uma interpretação seletiva do direito internacional e confundir o agressor com o agredido. "A China é a única potência mundial que tem estado claramente empenhada na paz desde o início", disse, desafiando as preocupações ocidentais de que Pequim está a apoiar a economia de guerra da Rússia.

Budapeste insiste que ambas as viagens, que Orbán anunciou como capítulos de uma chamada "missão de paz", foram efetuadas estritamente ao abrigo da diplomacia bilateral. Mas o calendário da digressão internacional, a seleção dos países e a utilização do logótipo oficial da presidência húngara alimentaram duras acusações de abuso de poder e deslealdade.

Por outro lado, Orbán participou numa cimeira informal da Organização dos Estados Turcos, que inclui a "República Turca do Norte de Chipre", que só a Turquia reconhece, o que provocou novas condenações.

A especulação sobre um boicote coordenado tem sido frequente em Bruxelas desde então, com um diplomata a dizer à Euronews que o plano era "tornar Orbán menos visível".

A decisão da Comissão, tomada pela Presidente Ursula von der Leyen, confirma os rumores: Bruxelas não vai participar, ao mais alto nível, nos muitos eventos que Budapeste planeia organizar até ao final do ano.

As reuniões ministeriais formais, que se realizam em Bruxelas e no Luxemburgo, não serão afetadas, uma vez que a sua organização não depende da presidência rotativa.

A tradicional visita do Colégio de Comissários, que assinala o início de uma nova presidência rotativa, não será efectuada em momento algum.

János Bóka, ministro húngaro dos Assuntos Europeus, afirmou que a presidência continua "empenhada numa cooperação sincera" para enfrentar os "desafios comuns".

"A UE é uma organização internacional constituída pelos seus Estados-Membros. A Comissão Europeia é uma instituição da UE", afirmou Bóka nas redes sociais.

"A Comissão Europeia não pode escolher as instituições e os Estados-Membros com os quais quer cooperar. Será que todas as decisões da Comissão se baseiam agora em considerações políticas?", defendeu o ministro húngaro.

A presidência húngara teve início a 1 de julho e deverá prolongar-se até 31 de dezembro.

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