Kiev denunciou a concentração de tropas da Bielorrússia na fronteira, nomeadamente a presença de “antigas” milícias do grupo Wagner entre as suas tropas. Ucrânia pede para o país retirar os militares evitando assim "erros trágicos".
As forças armadas bielorrussas estão a “concentrar um número significativo de efetivos”, bem como de armas, ao longo da fronteira norte da Ucrânia com a Bielorrússia. A informação foi avançada pelas forças ucranianas, levando o país a emitir um aviso oficial, apelando a Minsk que retire "suas forças da fronteira a uma distância superior ao alcance de tiro dos sistemas bielorrussos”.
De acordo com o documento, tropas, incluindo forças de operações especiais, foram localizadas na região de Gomel, onde realizam exercícios, com tanques, artilharia, sistemas de defesa aérea e equipamento de engenharia.
No mesmo comunicado, publicado também na rede social X, os ucranianos avisam ainda os "responsáveis bielorrussos para não cometerem erros trágicos sob a pressão de Moscovo", instando a retirada das forças militares.
Na sua declaração, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia afirmou que "em caso de violação da fronteira do Estado ucraniano pela Bielorrússia, o nosso Estado tomará todas as medidas necessárias para exercer o direito à auto-defesa garantido pela Carta das Nações Unidas".
"Consequentemente, todas as concentrações de tropas, instalações militares e rotas de abastecimento na Bielorrússia tornar-se-ão alvos legítimos para as Forças Armadas da Ucrânia”, é possível ler no documento.
Kiev registou que algumas das antigas tropas do grupo Wagner também estavam presentes na zona.
A Ucrânia e a Bielorrússia partilham uma fronteira de 1084 km de comprimento.
De acordo com a declaração da Ucrânia, os exercícios militares na zona fronteiriça representam uma ameaça à “segurança global” devido à proximidade da central nuclear de Chernobyl - local do pior desastre nuclear do mundo.
A Bielorrússia permitiu que as tropas russas utilizassem o seu território como plataforma de lançamento para a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022.