A demissão de Andriy Kostin surgiu na sequência de alegações de que cerca de 50 procuradores da região de Khmelnytskyi tinham adquirido certidões de incapacidade falsas.
O procurador-geral da Ucrânia, Andriy Kostin, demitiu-se na sequência de um escândalo de corrupção em que dezenas de procuradores terão obtido certidões de invalidez falsos para poderem receber subsídios da segurança social e evitar o serviço militar.
A decisão de se demitir foi tomada horas depois de Volodymyr Zelenskyy ter realizado uma reunião do Conselho de Segurança da Ucrânia para discutir "certidões de invalidez falsos de funcionários de organismos estatais", segundo um comunicado da Procuradoria-Geral.
"Considero a posição do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, absolutamente correta no que se refere à necessidade não só de anular todas as decisões ilegais relativas à concessão de incapacidades, pagamentos das respetivas pensões e outros benefícios, mas também de implementar mudanças legislativas e organizacionais claras em relação à responsabilidade pessoal. Isto inclui a responsabilidade política", escreveu Kostin na declaração em que anunciava a demissão.
As alegações surgiram na semana passada, quando um jornalista ucraniano publicou um artigo em que afirmava que cerca de 50 procuradores da região ocidental de Khmelnytskyi, na Ucrânia, tinham sido registados como deficientes.
Posteriormente, Kostin efetuou uma investigação interna que revelou que 61 procuradores da região de Khmelnytskyi tinham apenas certificados de incapacidade.
O presidente Zelenskyy pediu agora ao Governo para redigir um projeto de lei para reformular o sistema de avaliação da deficiência na Ucrânia, com vista a dissolver as atuais juntas médicas até ao fim deste ano.
"Há centenas de casos de deficiências claramente injustificadas", disse Zelenskyy na terça-feira. "Tudo isto tem de ser tratado de forma exaustiva e rápida".
Na terça-feira, o serviço de segurança interna da Ucrânia, o SBU, anunciou também que 64 membros de juntas médicas foram identificados como suspeitos em investigações criminais em 2024, tendo outros nove sido julgados e condenados.