A visita surge entre preocupações de que uma vitória de Donald Trump possa perturbar as relações que Biden espera transmitir à vice-presidente Kamala Harris, candidata democrata.
Joe Biden e o Chanceler alemão, Olaf Scholz, sublinharam a responsabilidade partilhada no apoio contínuo à Ucrânia. A declaração faz parte da viagem do presidente norte-americano a Berlim e é seguida de reuniões à porta fechada com outros aliados europeus sobre a guerra na Ucrânia e o conflito no Médio Oriente.
Hoje, o chanceler e eu vamos discutir os esforços em curso para procurar apoio para as forças armadas da Ucrânia e à infraestrutura energética civil da Ucrânia, que está sob constante ataque e bombardeamento da Rússia. Ajudamos a Ucrânia a recuperar, desbloqueando o valor dos ativos russos congelados”, disse Biden aos jornalistas.
"Enquanto a Ucrânia enfrenta um inverno rigoroso, temos de manter a nossa determinação, o nosso esforço e o nosso apoio”, acrescentou o presidente norte-americano. “Eu sei que o custo é pesado. Não se enganem, é insignificante em comparação com o custo de vida num mundo onde a agressão prevalece, onde os grandes Estados atacam e intimidam os mais pequenos simplesmente porque podem”, acrescentou.
Scholz fez eco do sentimento de Biden sobre o apoio contínuo e aplaudiu a forte aliança entre os dois países. No entanto, também expressou ceticismo em relação ao Plano de Vitória da Ucrânia e mantém a recusa em fornecer armas de longo alcance.
”Desde o início da guerra, coordenámo-nos de forma muito estreita através do Atlântico. Isso tornou-nos fortes. Tornou a aliança forte e continuaremos a fazê-lo. A nossa posição é clara: estamos a apoiar a Ucrânia tão fortemente quanto possível”, disse o chanceler alemão.
“Estaremos ao lado da Ucrânia enquanto for necessário”, disse ainda Scholz, apontando para um pacote de empréstimos internacionais de 50 mil milhões de dólares, financiado pelos juros sobre os lucros dos ativos russos congelados.
A visita surge entre preocupações de que uma possível vitória do candidato republicano Donald Trump possa perturbar as relações que Biden, o líder cessante dos EUA, espera transmitir à vice-presidente Kamala Harris, a candidata democrata.
A estes juntaram-se o presidente francês Emmanuel Macron e o primeiro-ministro britânico Keir Starmer para discussões que também abordaram o conflito no Médio Oriente. Biden disse ter falado com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, após o assassinato do líder do Hamas, Yahya Sinwar, que descreveu como “um momento de justiça”. Biden disse ter dito ao primeiro-ministro de Israel: “Vamos também fazer deste momento uma oportunidade para procurar um caminho para a paz e um futuro melhor em Gaza sem o Hamas”.
As eleições presidenciais norte-americanas, a menos de três semanas de distância, ensombram a visita de sexta-feira, com o receio de que uma vitória de Trump possa reavivar a era dos direitos aduaneiros sobre os principais parceiros de segurança dos EUA.
No início do dia, Joe Biden foi galardoado com a mais alta condecoração da Alemanha pela contribuição para as relações transatlânticas. A Ordem de Mérito tinha já anteriormente sido atribuída a George Bush pelo apoio à reunificação alemã.