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Como reagiram os candidatos a chanceler aos resultados eleitorais na Alemanha

Voluntários preparam votos por correspondência durante as eleições nacionais alemãs em Munique, Alemanha, domingo, 23 de fevereiro de 2025
Voluntários preparam votos por correspondência durante as eleições nacionais alemãs em Munique, Alemanha, domingo, 23 de fevereiro de 2025 Direitos de autor  Matthias Schrader/Copyright 2019 The AP. All rights reserved
Direitos de autor Matthias Schrader/Copyright 2019 The AP. All rights reserved
De Malek Fouda com AP
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Os candidatos a chanceler da Alemanha falaram publicamente aos apoiantes depois de divulgados os resultados das eleições federais antecipadas.

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Os alemães foram às urnas este domingo para eleger o próximo parlamento, numas eleições apelidadas como as mais importantes das últimas décadas.

Quatro candidatos disputavam o cargo de chanceler depois do colapso da coligação governamental, que provocou eleições antecipadas. Olaf Scholz, do Partido Social-Democrata (SPD), lutava pela reeleição, enfrentando a forte oposição de Friedrich Merz, da União Democrata-Cristã (CDU), Alice Weidel, do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), e Robert Habeck, dos Verdes.

A CDU - em aliança com o partido-irmão bávaro, a União Social-Cristã (CSU) - venceu as eleições com 28,5% dos votos, em linha com as sondagens que a davam como vencedora.

Em segundo lugar ficou a AfD, com um resultado histórico que demonstra o forte aumento de popularidade, obtendo 20,8% dos votos.

O SPD de Scholz ficou em terceiro lugar, com 16,4%, o resultado mais baixo de sempre para o partido, e os Verdes do ex-vice-chanceler Habeck obtiveram 11,6%.

Dezenas de milhões de alemães votaram no domingo, numa afluência às urnas que ultrapassou os 80% dos quase 60 milhões de eleitores elegíveis.

Estes números significam que a Alemanha está novamente a caminho de um governo de coligação, uma vez que a conquista de uma maioria absoluta nunca aconteceu na história moderna do país.

Eis como os candidatos reagiram aos primeiros resultados.

Alemães foram às urnas este domingo
Alemães foram às urnas este domingo Michael Probst/AP

Olaf Scholz - SPD

Scholz, que liderou o último governo de coligação antes do colapso que desencadeou esta votação, reuniu-se com os seus apoiantes na capital alemã, Berlim.

O chanceler alemão cessante afirmou que assume toda a responsabilidade pela derrota do seu partido.

"Este é um resultado eleitoral amargo para o Partido Social-Democrata. É também uma derrota eleitoral. Penso que isso tem de ficar claro desde o início, tendo em conta o resultado. E também é muito importante para mim dizer que é um resultado em relação ao qual devemos avançar juntos", disse Scholz.

O candidato a chanceler do SPD também comentou os ganhos significativos da extrema-direita no país, expressando preocupação com o que isso pode significar para o futuro do país: "O facto de um partido de extrema-direita como a AfD obter tais resultados eleitorais neste país nunca deve ser algo que aceitemos. Eu não aceito e nunca aceitarei isto".

Olaf Scholz sofreu a pior derrota de sempre para o SPD
Olaf Scholz sofreu a pior derrota de sempre para o SPD Ebrahim Noroozi/AP

Friedrich Merz - CDU/CSU

A frente vencedora também realizou um evento em Berlim, mas, ao contrário do evento do SPD, este foi cheio de vivas e celebrações.

"Nós, a CDU e a CSU, ganhámos estas eleições federais de 2025!", disse Merz quando subiu ao palco para se dirigir aos apoiantes.

O líder da CDU, que tem a tarefa de formar uma coligação para liderar um novo governo, agradeceu aos apoiantes a confiança que depositaram nele e no partido e comprometeu-se a manter essa confiança e a fazer avançar o país.

"Estou consciente da responsabilidade. Também estou ciente da dimensão da tarefa que agora temos pela frente. Encaro-a com o maior respeito e sei que não será fácil".

Merz acrescentou que o seu partido vai dar prioridade à rapidez na formação do próximo governo, sublinhando que é essencial começar de imediato e trabalhar na reforma do país.

"O mundo lá fora não está à nossa espera e não está à espera de conversações e negociações de coligação demoradas".

"Temos de voltar a ser capazes de agir rapidamente, para podermos fazer o que é correto a nível interno, para voltarmos a estar presentes na Europa, para que o mundo veja: A Alemanha voltou a ser governada de forma fiável!", continuou Merz.

Friedrich Merz dirige-se aos apoiantes depois da divulgação dos resultados
Friedrich Merz dirige-se aos apoiantes depois da divulgação dos resultados Martin Meissner/AP

Alice Weidel - AfD

A líder da AfD, Alice Weidel, tambémfestejou na capital alemã, após o seu resultado eleitoral extremamente positivo.

A AfD aumentou a quota de votos em 10 pontos percentuais, duplicando o resultado das eleições federais de 2021. "Duplicámos os nossos votos, eles queriam reduzi-los para metade. Aconteceu o contrário", disse Weidel.

A candidata da AfD a chanceler também reiterou a vontade de participar no governo, apesar da "barreira" contra os partidos extremistas.

"A nossa mão permanecerá sempre estendida para participar no governo, para implementar a vontade do povo, a vontade da Alemanha. Estamos prontos a participar no governo", continuou Weidel.

Merz já declarou que não vai incluir a AfD nas considerações da coligação, argumentando que as suas políticas não representam ou não se alinham com as da união.

Alice Weidel tem razões para sorrir
Alice Weidel tem razões para sorrir Michael Probst/AP

Robert Habeck - Verdes

Os Verdes tiveram um desempenho abaixo das expetativas nas eleições federais de domingo e tanto os políticos como os apoiantes sabiam-no.

Falando aos apoiantes, o candidato dos Verdes, Robert Habeck, reconheceu o fraco desempenho e felicitou Merz pela vitória.

"O resultado eleitoral em si é motivo de reflexão. Porque a ascensão do populismo de direita, a falta de solidariedade de muitos partidos com a Ucrânia, que está a lutar pela sua liberdade, a relação não resolvida de muitos partidos com uma verdadeira unidade europeia, isso preocupa-me, isso preocupa-nos muito", disse.

Habeck também reiterou a vontade do seu partido de integrar uma coligação e de assumir responsabilidades e contribuir para o país, uma decisão que cabe a Friedrich Merz, a quem será conferido o mandato de governação após a oficialização dos resultados eleitorais.

Annalena Baerbock e Robert Habeck, líderes dos Verdes
Annalena Baerbock e Robert Habeck, líderes dos Verdes Fabian Sommer/DPA

Nos próximos dias e semanas, a CDU/CSU iniciará conversações com outros partidos para formar uma nova coligação e um novo governo.

Uma das combinações possíveis poderá ser a coligação "Quénia". Esta coligação replica a bandeira deste país, reunindo vermelhos (SPD), negros (CDU/CSU) e verdes (Verdes), embora os especialistas afirmem que se trata de uma aliança impopular e um último recurso.

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