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"A Ucrânia não pode desistir", diz Lech Wałęsa em entrevista à Euronews

Antigo Presidente da Polónia Lech Wałęsa
Antigo Presidente da Polónia Lech Wałęsa Direitos de autor  Czarek Sokolowski/AP
Direitos de autor Czarek Sokolowski/AP
De Agnieszka Laskowska & Mateusz Jaroński
Publicado a Últimas notícias
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Em entrevista à Euronews, o antigo presidente polaco e Prémio Nobel da Paz Lech Wałęsa manifestou a sua preocupação com a atual situação geopolítica no nosso continente. Na sua opinião, a Europa deve mostrar-se solidária com os ucranianos em dificuldades.

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A Euronews pediu ao antigo presidente polaco e Prémio Nobel da Paz Lech Wałęsa que comentasse os esforços dos líderes europeus para trazer a paz à Ucrânia. "É impossível resolver estes problemas se não formos solidários", disse Wałęsa.

No domingo, realizou-se em Londres uma cimeira sobre a Ucrânia, a defesa e a segurança, na qual participaram os líderes de uma dúzia de países europeus. A Polónia esteve representada pelo primeiro-ministro Donald Tusk. O chefe do governo polaco admitiu que "não há unidade de pontos de vista" sobre a possível confiscação dos bens russos congelados que poderiam apoiar a Ucrânia em conflito.

"Vamos fazer o que nos compete", diz Wałęsa, comentando a cimeira dos líderes europeus e a mudança de atitude dos americanos em relação à NATO. Na sua opinião, a Europa tem um enorme potencial militar: "França e Inglaterra também têm armas nucleares", recordou o antigo presidente.

Em entrevista à Euronews, Lech Wałęsa manifestou também preocupação com a possibilidade de o conflito na Ucrânia ser temporariamente congelado, para que a Rússia possa retomar os combates dentro de alguns anos e, eventualmente, atacar os países da NATO. "Não deve haver um confronto na Europa, porque isso seria o fim de todos nós", sublinhou o fundador do "Solidariedade".

Lech Wałęsa é, desde há muito, um defensor da causa ucraniana
Lech Wałęsa é, desde há muito, um defensor da causa ucraniana Stefan Sauer/DPA

Perguntámos também ao antigo presidente o que aconselharia a Volodymyr Zelenskyy antes das negociações com Vladimir Putin, caso estas se realizem. "A Ucrânia não pode ceder nem um milímetro. A Rússia deve retirar-se, pagar uma indemnização e nunca levantar a mão contra outros países", sublinha.

O antigo presidente e Prémio Nobel da Paz está também convencido de que a Rússia deve devolver todas as terras retiradas à Ucrânia. Na sua opinião, não se pode "tirar algo a alguém e colocar uma fronteira à sua volta". Wałęsa acredita que a Europa foi capaz de resolver os seus problemas de uma forma diferente e, assim, alcançou uma paz duradoura: "O que fizemos na Europa, afinal, quase não tem fronteiras. Igualámos os níveis de desenvolvimento e isso torna-nos seguros e decentes. O mundo está a caminhar nessa direção".

Lech Wałęsa é, desde há muito, um defensor da causa ucraniana. Daí a carta aberta assinada por ele e por 39 outras antigas figuras da oposição polaca a Donald Trump. Os signatários da carta chamam a atenção para o tratamento obsequioso do líder ucraniano na passada sexta-feira, na Casa Branca. A discussão decorreu num ambiente tenso e o presidente dos EUA dirigiu repetidamente comentários críticos ao seu homólogo ucraniano. Durante a troca de palavras entre Trump e Zelenskyy, tanto o presidente dos EUA como o vice-presidente JD Vance acusaram o líder ucraniano de falta de gratidão.

"Não tem cartas nas mãos, devia estar-nos grato. Não pode dizer-nos que quero isto, que quero aquilo. Devia estar grato", disse Trump a Zelenskyy. Também foram exigidas expressões de gratidão por JD Vance.

Trump interrompeu a reunião, o anunciado acordo entre os EUA e a Ucrânia não foi assinado e Zelenskyy deixou a Casa Branca.

"A nossa consternação também foi causada pelo facto de que a atmosfera na Sala Oval durante esta conversa nos fez lembrar aquela de que nos lembramos bem dos interrogatórios do Serviço de Segurança e das salas de audiências dos tribunais comunistas. Os procuradores e juízes encarregados pela toda-poderosa polícia política comunista também nos explicaram que tinham todas as cartas e que nós não tínhamos nenhuma. Exigiram que cessássemos as nossas actividades, argumentando que milhares de pessoas inocentes estavam a sofrer por nossa causa. Privaram-nos das nossas liberdades e dos nossos direitos civis porque nos recusámos a cooperar com as autoridades e a mostrar-lhes gratidão. Estamos chocados com o facto de terem tratado o Presidente Volodymyr Zelenskiy de forma semelhante", lê-se na carta aberta que Wałęsa publicou nas redes sociais.

Os Estados Unidos querem um líder na Ucrânia que esteja preparado para negociar com a Rússia, informou o conselheiro de segurança de Donald Trump, Mike Waltz. O presidente republicano da Câmara dos Representantes, Mike Johnson, não excluiu a possibilidade de, se Volodymyr Zelenskyy não ceder na questão, ser necessária uma mudança de presidente ucraniano.

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