A comemoração contou com um desfile de associações de veteranos e com a atuação de bandas militares de França, Alemanha, Canadá, Camarões, EUA e Reino Unido.
França comemorou o 80.º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial na quinta-feira.
O presidente francês Emmanuel Macron liderou a comemoração nacional na capital, Paris, depositando uma coroa de flores, perante uma multidão, na estátua do General Charles de Gaulle, que liderou a Resistência Francesa contra a Alemanha nazi.
Ao recordar os milhões de pessoas que lutaram e morreram na guerra, a França deparou-se com uma realidade preocupante: são poucos os que testemunharam os seus horrores em primeira mão.
"Infelizmente, estou a descobrir que somos cada vez menos", disse Marcjanna Marcinkowski, de 89 anos, que tinha apenas nove quando Paris foi libertada da ocupação nazi em 1944.
"É uma preocupação, porque em breve encontrar-me-ei sozinha e é algo que me preocupa muito", acrescentou.
Marcinkowski teme que as lições da guerra se percam nas gerações mais jovens de hoje.
"Sinto que estas lições já estão esquecidas. Nas escolas, não falamos sobre a Segunda Guerra Mundial, muito menos sobre a Primeira Guerra Mundial", disse à Euronews.
A invasão russa da Ucrânia está a acontecer às portas da Europa e os poucos veteranos que restam sentem que a história está à beira de se repetir.
"Temos de fazer tudo o que pudermos para evitar que as pessoas se matem umas às outras", disse Jean Yaghlekdjian , de 101 anos, um veterano de guerra e figura incontornável da resistência na Segunda Guerra Mundial.
"Estou muito empenhado nesta mensagem [de paz] porque já vi demasiadas pessoas morrerem das formas mais atrozes. Vou lutar pela paz com todas as minhas forças", disse à Euronews.
Marcjanna Marcinkowski não poupou nas palavras: "Estou muito preocupada com o que vai acontecer agora com este louco do Vladimir Putin e com o completo idiota do Donald Trump", disse.
No seu discurso, Macron fez eco de um sentimento semelhante, alertando contra a complacência face às tensões atuais.
O presidente francês lembrou que a Europa está novamente no "espectro da guerra" e que por isso o bloco e o país nunca deixarão de "defender a paz”.
No dia que se celebra a vitória dos Aliados sobre a Alemanha nazi, Macron reforçou a mensagem de união e independência de cada. "Nunca deixaremos de afirmar o lugar do nosso país, de defender a nossa independência e a nossa liberdade. Por isso, sim, haverá sempre França. E com ela, a Europa, a nossa Europa, e a nossa paz."