Os dois reclusos que segunda-feira, ao final da tarde, fugiram da prisão de Alcoentre, foram capturados ao início da manhã de terça. Cumpriam pena por tráfico de droga e roubo.
Os dois homens que fugiram na segunda-feira do Estabelecimento Prisional de Alcoentre, no concelho da Azambuja, foram capturados pelas autoridades na manhã desta terça-feira, avança a agência Lusa, citando fonte das autoridades.
A fuga aconteceu já depois das seis da tarde, depois de os dois homens terem ido à enfermaria tomar medicação. Segundo informação disponível na imprensa portuguesa, recorreram a uma corda para conseguirem saltar o muro da prisão.
De acordo com o Correio da Manhã, um indivíduo fora visto a atirar telemóveis para o interior da cadeia naquela mesma zona onde se deu a fuga.
Os evadidos são dois homens de nacionalidade portuguesa, Hélder Malheiro e Augusto Dinis, de 37 e 44 anos, condenados por crimes de tráfico de estupefacientes e roubo, respetivamente. Estavam a cumprir penas de 5 anos e 8 meses e de 4 anos e 9 meses, segundo um comunicado da Direção dos Serviços Prisionais.
Alguns meios de comunicação social avançaram que a fuga tinha ocorrido numa zona onde não havia sistema de vídeo-vigilância, mas ao jornal Público uma fonte do ministério da Justiça desmentiu. "É falso que o CCTV [da torre de vigilância] estivesse inoperacional", disse.
A prisão de Alcoentre, no concelho de Azambuja, está classificada como sendo de "alta segurança" e é dividida em três zonas: o bloco central, o pavilhão complementar e outra área com três pavilhões.
A população prisional é maioritariamente constituída por reclusos condenados a penas de prisão superiores a três anos e provenientes da área da Grande Lisboa.
Em declarações à CNN Portugal, o presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional afirmou que esta fuga “é mais uma falha grave de segurança nas cadeias portuguesas”, apelando a uma investigação urgente sobre o funcionamento da torre de vigilância e os restantes mecanismos de controlo no local.
Frederico Morais diz mesmo que a cadeia, que tem cerca de 120 guardas prisionais, deveria ter 200, e pediu a demissão imediata da direção do estabelecimento prisional.
Recorde-se que, em setembro e 2024, cinco reclusos evadiram-se da prisão de Vale de Judeus com recurso a um escadote para saltar a vedação do exterior.
A fuga, que gerou uma grande polémica pela aparente facilidade com que os cinco reclusos abandonaram o estabelecimento prisional, só terá sido detetada cerca de uma hora após o último dos cinco reclusos ter atravessado a vedação. Todos os fugitivos foram entretanto capturados.
Como resultado do episódio, Rui Abrunhosa Gonçalves foi demitido da liderança da Direção-Geral da Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP).