Diogo Jota e o irmão André Silva morreram quando o carro em que viajavam se despistou e pegou fogo na autoestrada A52, na madrugada de 3 de julho.
Dois camionistas portugueses, que dizem ter testemunhado o acidente de viação que vitimou o futebolista Diogo Jota e o seu irmão, contestaram as declarações da polícia segundo as quais o extremo do Liverpool FC poderia estar em excesso de velocidade.
A polícia espanhola disse na terça-feira que acreditava que Diogo Jota estava a conduzir acima do limite de velocidade quando se deu o acidente de viação em Espanha, na semana passada.
De acordo com os relatórios preliminares, o Lamborghini em que viajavam desviou-se da rota após o rebentamento de um pneu.
Um dos condutores do camião, José Aleixo Duarte, disse que o Lamborghini passou por ele cinco minutos antes do acidente e que estava a ser conduzido a uma velocidade moderada.
"Não estavam em excesso de velocidade. A estrada estava em péssimas condições", disse Duarte em comentários primeiramente relatados pelo site de notícias online Funchal Notícias, sediado na Madeira, e retomados pelos meios de comunicação espanhóis.
Um segundo condutor de camião, José Azevedo, afirmou ter filmado o rescaldo e disse que parou para ajudar, mas não pôde fazer nada.
"A minha consciência está tranquila. Dou a minha palavra à família: não estavam em excesso de velocidade", afirmou.
Ambos os condutores afirmaram que a A52 é escura, perigosa e mal conservada.
Azevedo, que a conduz diariamente, afirmou: "Já vi condução imprudente antes, mas eles estavam completamente calmos".
A polícia diz que a investigação sobre a causa do acidente ainda está a decorrer, mas estes novos testemunhos podem mudar o rumo da investigação.
Os irmãos morreram no carro quando este se incendiou num troço isolado da autoestrada A52, na madrugada de 3 de julho.
A imprensa portuguesa noticiou que Jota se dirigia para a cidade de Santander, no norte de Espanha, para apanhar um ferry para Inglaterra, onde voltaria a juntar-se ao Liverpool para os treinos de pré-época, depois de ter sido aconselhado a não viajar de avião na sequência de uma recente intervenção cirúrgica aos pulmões.
O funeral realizou-se em Portugal no sábado.
A morte de Jota foi recebida com uma onda de homenagens do mundo do futebol.
"A Federação Portuguesa de Futebol e toda a comunidade futebolística portuguesa estão completamente devastadas com as mortes de Diogo Jota e André Silva, esta manhã em Espanha", afirmou a Federação Portuguesa de Futebol em comunicado na passada quinta-feira.
"Perdemos dois campeões. O falecimento do Diogo e do André Silva representam perdas irreparáveis para o futebol português, e tudo faremos para honrar diariamente o seu legado."
O irmão de Diogo Jota, André Silva, também era futebolista e jogava no Penafiel, da Liga Portugal 2.
O Liverpool FC, também divulgou um comunicado na passada quinta-feira, afirmando estar "devastado pelo trágico falecimento". O clube está também a ponderar retirar a camisola número 20, uma medida que representaria a primeira do clube da Premier League.
O FC Porto, onde esteve emprestado durante um ano na época 2016-17, também expressou as suas condolências após a notícia do falecimento de Diogo Jota.
"O Futebol Clube do Porto está de luto", disse o clube num post no X. "É com choque e profundo pesar que enviamos as nossas mais sinceras condolências à família e amigos de Diogo Jota e ao seu irmão André Silva, que também foi nosso atleta nas categorias de base."
Jota casou com a sua companheira de longa data, Rute Cardoso, menos de duas semanas antes do acidente, a 22 de junho. O casal tinha três filhos.