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Universidade de Pisa rompe acordos com instituições de ensino superior israelitas

Manifestantes numa manifestação pró-palestiniana em Roma, a 28 de outubro de 2023
Manifestantes numa manifestação pró-palestiniana em Roma, a 28 de outubro de 2023 Direitos de autor  (AP Photo/Andrew Medichini archivio)
Direitos de autor (AP Photo/Andrew Medichini archivio)
De Gabriele Barbati
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A universidade comunicou a decisão de encerrar os acordos com a Universidade Hebraica de Jerusalém e a Universidade Reichman de Herzliya como um "gesto político" face a Israel. Outras universidades italianas tomaram decisões semelhantes.

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A Universidade de Pisa decidiu romper as relações académicas com duas universidades de Jerusalém e Herzliya, como "gesto político dirigido ao governo do Estado de Israel", anunciou a própria instituição numa nota divulgada na quinta-feira.

"Reafirmando o papel desempenhado historicamente pela Universidade de Pisa como promotora do diálogo", lê-se no comunicado, "o Conselho de Administração decide, a título excepcional, à luz do grave contexto internacional atual e da dramática situação humanitária que se criou na Faixa de Gaza, aceitar o pedido formulado pelo Senado Académico relativamente à interrupção dos acordos-quadro em vigor com a Universidade Hebraica de Jerusalém e com a Universidade Reichman".

A decisão segue medidas semelhantes tomadas por outras universidades italianas e a decisão da União Europeia de adiar qualquer decisão sobre os acordos de parceria com Israel devido às divisões entre os 27.

Antes de Pisa, outras universidades já tinham cessado as colaborações com Israel

A Universidade de Pisa explicou que tomou a decisão "como um gesto político dirigido expressamente ao governo do Estado de Israel", que não age contra as universidades e os estudantes israelitas e que este "configura-se como um ato de responsabilidade ética e civil, tornado necessário pelo que se apresenta objetivamente como uma forma de limpeza étnica em curso" na Faixa de Gaza, afirmou o reitor Riccardo Zucchi.

Com motivações semelhantes e após pedidos nesse sentido por parte dos estudantes, no início do mês, a Universidade de Pádua aprovou uma moção para denunciar as "violações sistemáticas dos direitos humanos fundamentais do povo palestiniano".

A universidade veneziana comprometeu-se, portanto, "a não celebrar novos acordos institucionais, nem renovar os acordos existentes, com instituições e organismos israelitas que contribuem para a perpetração de graves violações do direito internacional e para a manutenção da ocupação ilegal do Território Palestiniano".

Desde a primavera de 2024 até meados de 2025, os protestos anti-Israel propagaram-se por quase todas as principais universidades italianas, de Milão a Palermo.

A Universidade Estadual de Milão suspendeu as colaborações com a Reichman e com a Universidade Ariel, que, além do mais, está sediada numa colónia judaica na Cisjordânia. A Universidade de Palermo rescindiu todos os acordos com Israel e houve protestos em Turim, Bolonha e Bari.

Por outro lado, a Universidade La Sapienza de Roma celebrou um novo acordo com a Universidade Hebraica em maio passado, utilizando fundos ad hoc do Ministério dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação Internacional (Maeci), segundo noticiou o jornal Domani.

De acordo com o relatório apresentado no início do mês pela relatora especial da ONU para os direitos humanos nos Territórios Palestinos Ocupados, From economy of occupation to economy of genocide, também o programa Horizon Europe da Comissão Europeia "facilita ativamente a colaboração com instituições israelitas, incluindo aquelas cúmplices do apartheid e do genocídio".

Segundo Francesca Albanese, desde 2014, a Comissão Europeia concedeu mais de 2,12 mil milhões de euros a entidades israelitas, incluindo o Ministério da Defesa, enquanto as instituições académicas europeias beneficiam e reforçam esta interligação.

Entre estas últimas, o relatório cita explicitamente a Universidade Técnica de Munique, que mantém 22 colaborações com parceiros israelitas, e a Universidade de Edimburgo pelos investimentos na Alphabet, Amazon, Microsoft e IBM, que a relatora italiana acusa de financiar a vigilância tecnológica de Gaza, lucrando com isso.

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