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Imigrantes mobilizam-se no combate aos incêndios no interior de Portugal

Há mais de um mês que Portugal é assolado por incêndios florestais
Há mais de um mês que Portugal é assolado por incêndios florestais Direitos de autor  Armando Franca/Copyright 2023 The AP. All rights reserved.
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De Euronews
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Oriundos do Brasil, Nepal, Bangladesh e Índia são contratados como sapadores florestais. Autarca diz que "não há nacionalidades" quando o inimigo comum é o fogo.

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Há mais de um mês que os incêndios florestais assolam Portugal, mas a situação agravou-se sobretudo nas duas últimas semanas. O interior do país, outrora despovoado, tem sido o mais afetado e os imigrantes têm desempenhado uma ajuda preciosa no combate às chamas, num sinal da mudança demográfica destes territórios fora dos grandes centros urbanos.

Muitos dos concelhos que têm resistido ao despovoamento é graças à fixação de imigrantes para o trabalho agrícola. São sobretudo oriundos do Brasil, Nepal, Bangladesh e Índia e também são contratados como sapadores florestais.

No centro do país, Oliveira do Hospital tinha apenas 50 estrangeiros em 2013, 10 anos depois tinha 283, o que corresponde a um aumento de 466%. Nos últimos dias, as chamas chegaram ao município depois de o incêndio de Pampilhosa da Serra, que começou na aldeia do Piódão, concelho de Arganil, se ter alastrado aos concelhos vizinhos.

Pelo menos 20 imigrantes do Bangladesh estiveram a trabalhar dia e noite para controlar as chamas devastadoras na área de Oliveira do Hospital.

"Devido à área remota, o fogo não pode ser controlado, apesar dos milhares de esforços. Estamos a trabalhar incansavelmente para manter casas e terrenos seguros. Esta situação tem persistido nos últimos dois meses, mas estamos a receber muito apoio dos locais", disse Jewel, um dos sapadores do Bangladesh que está envolvido no combate ao incêndio, à publicação bengali Dhaka Post.

Imigrantes oriundos do Bangladesh ajudam no combate aos incêndios em Oliveira do Hospital
Imigrantes oriundos do Bangladesh ajudam no combate aos incêndios em Oliveira do Hospital Dhaka Post - Facebook

O combate aos incêndios não é feito apenas pelos bombeiros ou por quem limpa a zona de mato. O indiano Ganga Singh, dono de estabelecimentos de restauração em Oliveira do Hospital, colocou, estes dias, 25 funcionários a distribuir refeições aos bombeiros.

"É a nossa obrigação. Não faço isto para agradar, mas porque todos temos que nos ajudar", afirmou à agência Lusa o empresário, que está em Portugal há nove anos e em Oliveira do Hospital há dois anos e meio.

Também em declarações à Lusa, o presidente da Câmara de Oliveira do Hospital, José Francisco Rolo, reconhece que "hoje em dia, quando se quer mão-de-obra para trabalhar é preciso ir buscar estrangeiros".

"Entre os sapadores florestais, a maioria são estrangeiros, muitos do Indostão ou de África e trabalham bem. Não há portugueses para assegurar a agricultura, a silvicultura ou os serviços", explica o autarca.

Segundo José Francisco Rolo, cita a Lusa, Oliveira do Hospital recebia antigamente imigrantes belgas, holandeses ou alemães. "Hoje chegam outros, mas todas estas comunidades se mobilizam contra o fogo, que é o inimigo comum" e "aí não há nacionalidades", há "compromisso e trabalho", resume.

Os incêndios já fizeram três vítimas mortais em Portugal. Segundo o Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS, na sigla em inglês) do programa Copernicus, o país já registou um total de 139 incêndios florestais. Um número que fica atrás de quatro outros países: Itália (464 incêndios), Roménia (453); França (244) e Espanha (228).

No entanto, em termos de percentagem de área ardida, o país é de longe o mais fustigado. Este ano já ardeu 2,69% do país, correspondente a mais de 247 mil hectares de floresta, abaixo da República Checa (2,3%) e de Espanha (0,8%).

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