"Qualquer pessoa que apoie a Ucrânia está a apoiar a guerra", disse o primeiro-ministro húngaro no programa "Bom dia, Hungria" da Rádio Kossuth.
Na sua habitual entrevista à Rádio Kossuth, o primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán alertou para o crescente perigo de uma guerra que se precipita na Europa, fazendo um paralelismo com a Primeira Guerra Mundial.
Órban explicou que, uma vez que a guerra exige dinheiro, "quem apoia a Ucrânia e, ao mesmo tempo, apoia a guerra, está também a apoiar o aumento dos impostos e a retirada de dinheiro dos governos nacionais, porque Bruxelas não tem dinheiro."
O primeiro-ministro húngaro sublinhou que "quem quer a paz faz a paz, mas atualmente só os Estados Unidos da América querem a paz."
Segundo Orbán, "atualmente o principal obstáculo às tentativas de paz do presidente dos EUA é um grupo de países europeus que se intitula Coligação dos Fazedores" que " estão dispostos a enviar outros para a guerra para morrerem, porque ainda não estão a ir, estão apenas a armar-se."
E afirmou que existe um desacordo fundamental entre os Estados Unidos e a União Europeia sobre a forma de acabar com a guerra, mas que não o admitem porque não querem um conflito transatlântico.
De acordo com Órban, a situação era ainda pior há um ano, quando os Estados Unidos também estavam em alerta para a guerra. O primeiro-ministro afirmou que hoje os russos também se mostram dispostos a fazer a paz "sob certas condições".
As afirmações do líder do Fidesz contradiz um pouco o facto de a cimeira russo-americana prevista para Budapeste ter sido adiada. Washington considerou que o Kremlin não estava disposto a ceder a quaisquer exigências maximalistas o que levou Trump a dizer que "não via sentido em gastar tempo perdido" com Putin.
Orbán disse ainda à Rádio Kossuth que era compreensível que os ucranianos estivessem a travar uma guerra pelo seu país e que não quisessem acabar com os combates, e que os europeus "estão a financiá-los e não vêem que este conflito não será decidido no campo de batalha."
A Europa "caminha a passos largos para uma situação que ameaça cada vez mais a guerra."
Exigências maximalistas acima referidas
Na sexta-feira, o Financial Times noticiou que os Estados Unidos tinham cancelado o encontro de Donald Trump com Vladimir Putin em Budapeste, avançando que a razão para tal era o facto de os russos terem informado a Casa Branca de "reivindicações territoriais exageradas."
De acordo com o jornal britânico, o encontro seguiu-se a uma tensa conversa telefónica diplomática e, segundo se sabe, após a reunião, o ministério dos Negócios Estrangeiros russo, sob a direção de Sergei Lavrov, enviou um documento ao Departamento de Estado norte-americano a exigir concessões territoriais significativas em troca da paz e que a Ucrânia reduzisse significativamente as suas forças militares, garantindo também que o país nunca aderiria à NATO.
Lavrov e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, tiveram então uma conversa telefónica e Rubio disse a Trump que Putin não tinha mostrado vontade de negociar. A
Segundo o FT, Trump espera mais flexibilidade da parte de Putin, mas enquanto não a vir, não se sentará à mesa com ele.
Na ausência de uma cimeira de paz, Washington impôs sanções às duas maiores empresas petrolíferas russas, o que o Kremlin considera ser uma medida pouco amigável.
 
     
     
     
     
             
             
             
             
             
             
            