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"O crime é um problema em todo o lado e Bruxelas não é melhor", defende o PM da Albânia

"O crime é um problema em todo o lado e Bruxelas não é melhor", defende o PM da Albânia
Direitos de autor  Euronews
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De Maria Tadeo
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O primeiro-ministro albanês, Edi Rama, afirma que o seu país merece um lugar à mesa da UE, invocando as reformas e o apoio da opinião pública. Rama diz que o crime e a corrupção são problemas graves, mas não exclusivos de Tirana: "Bruxelas também tem crime".

A Albânia merece tornar-se membro da União Europeia o mais rapidamente possível, após uma década de reformas e de apoio civil, disse o primeiro-ministro Edi Rama à Euronews.

O país entrou na reta final das negociações com a UE e considera 2030 como a data possível para a entrada no bloco. A Albânia é um país candidato há mais de uma década, mas beneficiou do impulso geopolítico para alargar a União, desencadeado pela invasão russa da Ucrânia. Por conseguinte, a Albânia é atualmente considerada uma das primeiras candidatas.

Rama, que está no cargo desde 2013 e assegurou um quarto mandato como primeiro-ministro no ano passado, disse que a Albânia passou por uma transformação e está empenhada na integração europeia. Argumentou que o país tem um histórico de pertencer a grandes impérios e que "a UE é um bom império" para garantir a liberdade e o Estado de direito.

A Comissão Europeia reconheceu o processo de reforma durante o governo de Rama, indicando que o país poderia estar apto a aderir ao bloco até ao final da década, desde que o ritmo das reformas se mantenha.

O país de 2,3 milhões de habitantes, com dimensões semelhantes à da cidade de Roma, poderia ser facilmente absorvido pelo bloco em termos de população e de impacto económico.

No entanto, a Comissão indicou no seu relatório sobre o alargamento, publicado no mês passado, que a Albânia deve reforçar os esforços de luta contra a criminalidade organizada, os sistemas de prevenção do branqueamento de capitais e a luta contra o tráfico de seres humanos, essenciais para se alinhar pelas normas da UE.

Rama disse à Euronews que o crime e a corrupção são questões sérias e que o seu governo as trata como tais, mas acrescentou também que a criminalidade e o crime organizado não são exclusivos de Tirana.

"Antes, as pessoas pensavam que a Albânia era uma fossa no meio da Europa, agora veem que faz parte do mosaico europeu", afirmou no programa principal da Euronews, The Europe Conversation. "Temos problemas com o crime organizado? Sim, mas quem não tem? Veja-se esta cidade (Bruxelas). Este é outro exemplo. Mas também há coisas ótimas".

Laços estreitos com a Itália

Rama, que esteve em Bruxelas esta semana para participar num fórum da Comissão Europeia dedicado ao alargamento, disse que os seus homólogos europeus mostraram apoio à adesão da Albânia ao bloco e apontou a sua relação próxima com a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni.

Para que um país possa aderir à UE, além de ter de concluir as negociações técnicas com a Comissão, tem de obter a aprovação política de todos os Estados-Membros por unanimidade.

A Albânia e a Itália celebraram um acordo em 2023, no qual a administração de Rama aceitou acolher centros de migração, construídos, pagos e controlados pelas autoridades italianas. O acordo suscitou a atenção da comunidade internacional, mas também críticas por transferir as fronteiras da Europa para um país terceiro e por ir contra os princípios fundamentais das regras de asilo.

Rama defendeu o acordo, afirmando que se tratava de um acordo bilateral entre Meloni e a sua administração, numa altura em que a Itália necessitava de ajuda para os migrantes. O Presidente afirmou que o seu governo não lamenta a decisão e não a considera uma perda de soberania.

"A Itália pediu-nos. E quando a Itália nos pede, dizemos sempre que sim", acrescentou. "Os italianos são albaneses vestidos de Versace".

Rama excluiu a possibilidade de alargar o "modelo albanês" a outros países para além de Roma, apesar de o sistema ter sido proposto por outros Estados-Membros da Europa como uma opção, numa altura em que a Europa adota uma linha mais dura em matéria de migração.

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