A tomografia computorizada foi um dos maiores desenvolvimentos em termos de exames médicos.
A tomografia computorizada foi um dos maiores desenvolvimentos em termos de exames médicos. Mas um alta dose de radiação pode ser potencialmente prejudicial para o paciente. Será possível encontrar uma alternativa mais segura?
Os cientistas de um projeto de investigação europeu estão a abordar o problema associado aos níveis de exposição em exames imagiológicos e aos efeitos dos raios-X.
Recorrendo a lasers, os investigadores produzem raios-x com as características necessárias. O feixe é ajustado num labirinto de lentes e de espelhos. A imagem de raio-X final é captada por um detetor parecido com uma máquina fotográfica digital.
Mas como conseguir uma imagem 3D com apenas uma tentativa? Uma PME francesa utiliza duas rolhas de cortiça para demonstrar o princípio. A matriz de micro-lentes é o elemento ótico fundamental. Permite alterar o foco após a fotografia ter sido tirada – tudo graças a algoritmos desenvolvidos recentemente para a reconstrução de imagens.
Os raios-X são mais difíceis de trabalhar do que a luz visível, desta forma serão precisos anos de investigação para produzir imagens 3D de raio-X de objetos relativamente grandes. Mas já existe uma alternativa compacta e acessível às grandes instalações de pesquisa. Os raios utilizados neste protótipo são menos nocivos para as células.
“Em geral, a tomografia celular requer condições criogénicas, que não permitem gravar vídeos de movimentos celulares. Mas sistemas como o nosso permitem manter a célula viva – não precisamos de a congelar”, explica Elena Londo do Laboratório de Ótica Aplicada.
Alguns dos resultados práticos deste projeto estão prontos para o mercado. Este simples “nanoscópio” digital pode funcionar sem lentes dispendiosas, produzindo hologramas de objetos pequenos usando luz ultravioleta.
A física Ramona Corman conclui: “Estamos a usar luz visível, porque é menos perigosa que a luz dos raios-x. Pode ser útil para a reconstrução da amostra biológica em 3D; com utilização em tecidos, mitocôndrias ou diferentes organelas biológicas”.
Esta investigação está a abrir caminho para uma alternativa mais segura e acessível à tomografia computorizada.