Newsletter Boletim informativo Events Eventos Podcasts Vídeos Africanews
Loader
Encontra-nos

Got Solar: Um projeto de energias renováveis coordenado pela Universidade do Porto

Got Solar: Um projeto de energias renováveis coordenado pela Universidade do Porto
Direitos de autor 
De Andrea Bolitho
Publicado a
Partilhe esta notícia Comentários
Partilhe esta notícia Close Button
Copiar/colar o link embed do vídeo: Copy to clipboard Copied

Ficámos a saber como poderá a perovskita transformar a produção de energia solar.

O projeto GOTSolar desenvolve uma investigação com um mineral conhecido como perovskita (ou perovesquita), que pode ser encontrado nas chamadas rochas metamórficas.

A perosvskita é um material relativamente raro, mas que poderá vir a revelar-se, na forma de cristais, como fundamental numa produção mais eficaz de energia solar, como a que é atualmente utilizada nos painéis solares.

As células de produção solar de perovskita podem absorver a luz em praticamente todos os comprimentos de onda. Em poucas palavras, é um material ideal para a produção de eletricidade.

Revealing the hidden path of #perovskite formation https://t.co/gel6nhseCY #SolarEnergy #Chemistry ScienceAdvances</a></p>— EPFL Basic Sciences (epflSB) 5 de fevereiro de 2018

Os investigadores europeus esperam que, dentro de alguns anos, a eficiência da tecnologia desenvolvida com recurso à perovskita seja igual à da tecnologia comum nos nossos dias, que recorre ao silício, ou seja, na ordem dos 22%. A perovskita permite o desenvolvimento de células de produção de energia solar até mil vezes mais finas.

O projeto europeu recebe fundos do Horizon 2020, o maior programa europeu de investigação para a inovação, implementado pela iniciativa Innotavion Union, para desenvolver a competitividade da União Europeia na economia global.

O projeto é coordenado por Adélio Mendes, Catedrático de Engenharia Química na Universidade do Porto.

Energia solar mais barata

A tecnologia desenvolvida pelos investigadores do GOTSolar significar um acesso à energia solar com menores custos, ou seja, mais barata para o consumidor e para todo o tipo de usos.

Os cientistas utilizam uma terceira geração de células de produção solar, construídas camada por camada, como os ingredientes de uma sandes.

A células são quase transparentes, o que significa que poderão ser utilizadas nas janelas de edifícios, produzindo eletricidade.

Parte do projeto é desenvolvido na Escola Politécnica Federal de Lausanne, na Suíça.

O professor Michael Grätze dirige esta parte da investigação na instituição helvética. Explicou à Euronews as vantagens de utilizar a perovskita:

“O que é impressionante, quando utilizamos a perovskita, é que pode ser criada com procedimentos muito simples e com materiais que encontramos sem dificuldades.Permite um alto rendimento e as prestações permitem dizer que é mais eficaz do queo silício e os policristais.”

As células para a produção de energia solar contêm chumbo e são revestidas com uma camada de vidro protetor. A última camada, no entanto é feita com ouro, que funciona como um dos dois elétrodos ou dos polos.

No projeto GOTSolar, explora-se ainda a possibilidade de utilizar os dois materiais, o sílicio e a perovskita. Uma combinação de materiais que, segundo Adélio Mendes, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, traz vantagens:

“O mais extraordinário é que podemos combinar esta tecnologia com a tecnologia do silício para obter células com eficiência (na produção de energia solar) que pode chegar aos 30%”.

Adélio Mendes e a equipa que dirige em Eindhoven, nos Países Baixos, procuram desenvolver protótipos que possam integrar painéis solares em grande escala para uso generalizado.

Trabalham com o desafio de conseguir que os resultados dos testes de laboratório possam funcionar em unidades de maior tamanho, um passo fundamental para a comercialização das células de produção solar com perovskita.

Our project LandSense</a> was made possible thanks to <a href="https://twitter.com/hashtag/H2020?src=hash&ref_src=twsrc%5Etfw">#H2020</a> <a href="https://twitter.com/hashtag/InvestEUresearch?src=hash&ref_src=twsrc%5Etfw">#InvestEUresearch</a>! <a href="https://t.co/4CxFNrjtBT">pic.twitter.com/4CxFNrjtBT</a></p>— LandSense (LandSense) 24 de janeiro de 2018

Adélio Mendes disse à Euronews que, até agora, o projeto tem vindo a avançar de forma positiva. Com um dos protótipos na mão, uma célula retangular que recorda um tablet, o coordenador do projeto GOTSolar explicou que querem passar dos objetivos inicialmente definidos: “Este protótipo pode produzir até 18 volts e 2 watts. Conseguimos atingir os objetivos do projeto, mas queremos ir mais além. Alguns aspetos desta tecnologia, no entanto, passam ainda por uma fase de desenvolvimento. Alguns desses aspetos são fundamentais, como a estabilidade da tecnologia.”

Os investigadores trabalham ainda na resistência do material, testanto como reagem os protótipos que poderão vir a integrar painéis solares às condições atmosféricas normais.

Falamos de muito sol e de muito calor, de muita luz, mas também de baixas temperaturas, de nevões, gelo e chuvas. Por agora, de acordo com Olivier Bellon, um dos investigadores, o material parece regir bem e “poderá ser comercializado em 2019” e ser utilizado em diferentes tipos de produtos.

Com António Oliveira e Silva, Ana Ruivo e Nuno Prudêncio.

Ir para os atalhos de acessibilidade
Partilhe esta notícia Comentários

Notícias relacionadas

Contagem decrescente nos Países Baixos

Primeiro carro com bateria recarregada pelo sol

Cientistas voltam atrás no tempo para salvar ecossistemas marinhos