As relações comerciais na "Cimeira Rússia-África"

Dois dias para redefinir as relações estratégicas entre o continente africano e a Rússia - foi este o objetivo ambicioso da Cimeira Rússia-África que aconteceu em Sochi, nos dias de 23 e 24 de outubro.
Vladimir Putin abriu a primeira edição co-presidida pelo Presidente egípcio Abdel Fattah Al-sissi, que também é o atual presidente da União Africana. O Presidente da Rússia reafirmou a necessidade de intensificar as relações comerciais entre a Rússia e África, na presença de mais de 40 chefes de Estado africanos, entre ouros convidados.
Apenas 20 mil milhões de dólares. Bem longe dos tempos da influência soviética em todo o continente. Moscovo criou um nicho de destaque, apoiando as lutas pela descolonização. Principalmente no Mali, um país amigo há quase 60 anos, relembra o presidente do país.
Como outras nações africanas, o Mali conta com a experiência russa para desenvolver outros setores.
"O Mali é um centro de logística, temos 7 fronteiras com 7 estados diferentes, portanto, sendo um país sem litoral, uma boa infraestrutura permite-nos não apenas a ligação com vários países da sub-região, mas também aumentar as oportunidades de exportação das nossas empresas. Temos reservas minerais muito boas, produzimos 66 toneladas de ouro no ano passado e sabemos que as possibilidades são ainda maiores.O terceiro setor é o agronegócio, onde também existe um grande potencial, para o qual queremos atrair mais investidores russos", disse a ministra responsável pelo investimento privado, Safia Boly.
Se a Rússia fizer investimentos significativos em África será um parceiro de negócio benéfico para todas as partes envolvidas.
Para o vice-ministro da Energia da Rússia, Moscovo também precisa de África: "trata-se basicamente de uma cooperação justa entre os dois lados. Dá-nos a oportunidade de encontrar novas tecnologias e de as partilhar. Acredito que as nossas empresas e o nosso histórico mostra que partilhamos tecnologia, que estamos prontos para partilhar cultura. Estamos prontos para receber a cultura dos nossos parceiros e crescer juntos. Estamos no caminho do crescimento e isso significa é preciso cooperação para o benefício de todos os envolvidos."
No discurso de encerramento, Vladimir Putin enfatizou o desejo de fortalecer a segurança no continente. Também confirmou a necessidade de parcerias vanytajosas em áreas tão diversas como os hidrocarbonetos, saúde pública e transportes. Com esta cimeira, a Rússia pretende posicionar-se como um parceiro privilegiado, num continente onde os chineses ou ocidentais ainda estão num nível mais avançado. Para conseguir chegar ao mesmo ponto, o país pretende contar com experiência militar, mas também privilegiar o diálogo e a reciprocidade.