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Perante cessar-fogo incerto entre Israel e Hezbollah, chefe da OMS alerta para "enormes" necessidades sanitárias no Líbano

Um residente deslocado regressa à sua aldeia no sul do Líbano, na sequência de um acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah em novembro de 2024.
Um residente deslocado regressa à sua aldeia no sul do Líbano, na sequência de um acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah em novembro de 2024. Direitos de autor  Hussein Malla/AP Photo
Direitos de autor Hussein Malla/AP Photo
De Gabriela Galvin
Publicado a
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Segundo a OMS, alguns hospitais libaneses poderão estar operacionais dentro de semanas, mas outros levarão meses a reparar.

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À medida que milhares de pessoas que fugiram de zonas do Líbano fortemente bombardeadas começam a regressar no âmbito de um ténue acordo de paz com Israel, os profissionais de saúde enfrentam grandes desafios para restabelecer os serviços no país, afirmaram as autoridades sanitárias mundiais.

Em declarações aos jornalistas na quinta-feira, Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor da Organização Mundial de Saúde (OMS), afirmou que as necessidades sanitárias do Líbano são "enormes" e "só irão aumentar" nos próximos meses.

Cerca de 1,2 milhões de pessoas foram deslocadas por ataques israelitas e ataques terrestres que foram interrompidos na manhã de quarta-feira depois de Israel e o Líbano terem concordado com um cessar-fogo temporário - embora muitos esperassem que isso pudesse sinalizar o início do fim da guerra, não está claro se a paz vai durar depois de, esta quinta-feira, Israel ter acusado o grupo militante libanês Hezbollah de violar o acordo.

Desde outubro de 2023, quando o conflito se agravou depois de o Hezbollah ter lançado rockets e mísseis contra Israel, houve 158 ataques a instalações e trabalhadores da área da saúde no Líbano, matando 241 pessoas e ferindo quase 300 outras, de acordo com uma base de dados da OMS .

82 desses ataques, e 179 das mortes, ocorreram desde 23 de setembro, data em que Israel intensificou os bombardeamentos em todo o Líbano, visando em especial o Hezbollah, apoiado pelo Irão, no sul do país.

Mais de 3760 pessoas foram mortas no Líbano durante o conflito, segundo as autoridades sanitárias locais, e há registo de 70 vítimas mortais em Israel.

Muitos profissionais de saúde encontram-se entre os deslocados no Líbano, afirmaram os funcionários da OMS na quinta-feira, o que complica os esforços de reconstrução do sistema de saúde em zonas do país duramente atingidas pelos ataques.

Avaliar a extensão dos danos no sistema de saúde do Líbano

Nabil Tabbal, responsável pela informação sanitária e avaliação de riscos na OMS, afirmou que cerca de 10% dos hospitais foram danificados e que a organização está agora a trabalhar para os tornar operacionais para os residentes que regressam.

Trabalhando com o Ministério da Saúde e outros parceiros, os funcionários da OMS estão agora a avaliar a extensão dos danos nos hospitais e centros de saúde primários, com o objetivo de identificar quais os que necessitam de menos renovação e de novo equipamento para começarem a aceitar pacientes.

Por exemplo, parece que quatro hospitais - dois na capital Beirute e dois nas proximidades - podem ser reabertos nas próximas quatro semanas se o cessar-fogo se mantiver, disse Abdinasir Abubakar, representante interino da OMS para o Líbano.

"Alguns desses hospitais apresentam danos muito extensos que não podem ser reparados, que não podem ser renovados, no prazo de 60 dias ou mesmo de seis meses", disse aos jornalistas.

O "plano de reserva", acrescentou, é levar mais clínicas móveis para a área de modo a atender as pessoas que foram deslocadas pela guerra.

"Temos um plano para apoiar todos os hospitais e instalações de cuidados de saúde primários e todos os serviços de saúde a recomeçar na maior parte das zonas de conflito, mas tenho a certeza de que para arrancar com todos os serviços a 100%, vai demorar algum tempo", disse.

"Mas, definitivamente, temos um plano de reserva para, pelo menos, prestar serviços de saúde essenciais" às pessoas deslocadas que regressam a casa.

Os funcionários também insistiram num cessar-fogo permanente que inclua Gaza, onde quase 14 meses de guerra deixaram mais de 44.000 palestinianos mortos.

Segundo eles, a situação está a tornar-se mais grave com a aproximação do inverno, o bloqueio das missões humanitárias e a escassez de combustível e medicamentos.

"A solução final não é a ajuda, mas a paz", afirmou Tedros.

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